Todos os anos, a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia coloca em foco alguma problemática que atinge a vida das mulheres do campo. Em 2022 não vai ser diferente. Cerca de 5 mil mulheres rurais vão tomar as ruas da cidade de Solânea, interior da Paraíba, no dia 2 de maio (segunda-feira), para para reafirmar que onde se instalam os parques eólicos diminui a produção nas propriedades rurais.
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De 06 a 08 de junho aconteceu a Semana do Meio Ambiente do Instituto Federal da Paraíba, Campus Campina Grande, com o tema central “Campina Grande, sustentabilidade é o futuro!”. A CPT foi convidada para uma mesa redonda e uma roda de conversa, ambas relativas às energias renováveis e suas problemáticas socioambientais.
O evento teve como subtemas para discussão e aprofundamento os Recursos Hídricos, Energéticos e Resíduos Sólidos, contextualizando-os a realidade nordestina do semiárido. A proposta foi fortalecer politicamente o processo contínuo da educação ambiental em Campina Grande, e o IFPB como instituição que visa a formação integral do cidadão e o amplo debate social crítico e científico.
No dia 07, a mesa redonda “Energias renováveis no Nordeste e impactos socioambientais”, mediada por Maria Auxiliadora Dal Monte, foi iniciada com a palestra do professor do IFPB, José Gilson de Lucena, que abordou o tema “Importância das energias renováveis para sustentabilidade energética brasileira”. Vanúbia Martins, da equipe de formação da CPT e agente pastoral da equipe de Campina Grande, foi palestrante do tema “Os impactos socioambientais dos parques eólicos na Paraíba”.
Vanúbia apresentou os dados sobre esses impactos e falou sobre a necessidade de que o modelo de produção seja repensado nas pesquisas. “Fica claro que o modelo industrial, na lógica do crescimento infinito, não respeita o meio ambiente, nem as populações locais”, disse a educadora da CPT.
O professor Gilson, que trabalha com energias renováveis, reconheceu que o ensino técnico precisa ser humanizado e que a formação técnica é limitada. Por outro lado, a Semana do Meio Ambiente foi uma oportunidade para estudantes e professores do IFPB conhecerem um pouco a realidade, tão distante daquele meio, onde estão sendo instaladas as indústrias de energias renováveis.
No dia 08, a educadora da CPT esteve ao lado de José Wellington Barbosa, articulador e representante da Cáritas do Regional Norte 2 da CNBB, na roda de conversa “Para Quem os Ventos Sopram? Impactos Ambientais e Sociais dos Parques Eólicos no Nordeste”.
“Na oficina trabalhamos com um tribunal para quem defende o modelo industrial e quem defende um modo que respeite as comunidades se pronunciar. O debate sobre os danos às comunidades com estudantes secundaristas do nível técnico foi bom. Eles disseram que precisamos discutir os “efeitos colaterais” das tecnologias. Um bom começo!”, concluiu a Vanúbia.
Foto: Equipe CPT Campina Grande/PB
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Agricultoras, lideranças e agentes da CPT de Campina Grande e de Guarabira (Paraíba), de Mossoró (Rio Grande do Norte) e de Garanhuns (Pernambuco), participaram na manhã da segunda-feira, 02 de maio, da 13ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia.
Tendo como lema como lema "Mulheres em defesa do território: Borborema agroecológica não é lugar de parques eólicos", mulheres de diversas comunidades paraibanas e de Pernambuco marcharam pelas ruas da cidade de Solânea, na Paraíba, dizendo ‘não’ aos parques eólicos, que não respeitam os territórios, a vida e o fazer camponês.
O ato das mulheres não é contra a energia renovável, mas sim contra o modelo de produção de energia a partir dos parques eólicos. O debate levantado pelas participantes é que esses grandes empreendimentos vendem a imagem de energia limpa, mas concentram a terra e ameaçam a produção da agricultura familiar camponesa.
Com o avanço os parques eólicos na região paraibana da Borborema, ficará cada vez mais difícil produzir alimentos saudáveis e viver ali. Tem-se como exemplo o que ocorreu município de Caetés, no agreste pernambucano, onde há 7 anos o povo camponês enfrenta os problemas do modelo energético desrespeitoso com a vida. Entre os problemas estão a poeira, as doenças, o barulho dos aerogeradores 24h por dia e as próprias torres, passaram a oferecer risco de morte aos moradores.
A atividade, realizada pelo Polo da Borborema e pela AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, contou com relatos de agricultoras de Caetés, que contaram ter perdido a paz e o amor de viver no território depois da chegada dos parques eólicos, bem como com depoimentos de agricultoras do município de Tibau acompanhadas pela CPT Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, junto à Marcha Mundial de Mulheres.
A Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia acontece todos os anos, desde o final dos anos 1990, dar visibilidade ao papel das camponesas na agricultura familiar e denunciar todas as formas de violência contra a mulher.
#PelaVidaDasMulheres #SemFeminismoNãoHáAgroecologia
Fotos: Equipes da CPT Campina Grande e Guarabira (PB) e Mossoró (RN)
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