Todos os anos, a Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia coloca em foco alguma problemática que atinge a vida das mulheres do campo. Em 2022 não vai ser diferente. Cerca de 5 mil mulheres rurais vão tomar as ruas da cidade de Solânea, interior da Paraíba, no dia 2 de maio (segunda-feira), para para reafirmar que onde se instalam os parques eólicos diminui a produção nas propriedades rurais.
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Agricultoras, lideranças e agentes da CPT de Campina Grande e de Guarabira (Paraíba), de Mossoró (Rio Grande do Norte) e de Garanhuns (Pernambuco), participaram na manhã da segunda-feira, 02 de maio, da 13ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia.
Tendo como lema como lema "Mulheres em defesa do território: Borborema agroecológica não é lugar de parques eólicos", mulheres de diversas comunidades paraibanas e de Pernambuco marcharam pelas ruas da cidade de Solânea, na Paraíba, dizendo ‘não’ aos parques eólicos, que não respeitam os territórios, a vida e o fazer camponês.
O ato das mulheres não é contra a energia renovável, mas sim contra o modelo de produção de energia a partir dos parques eólicos. O debate levantado pelas participantes é que esses grandes empreendimentos vendem a imagem de energia limpa, mas concentram a terra e ameaçam a produção da agricultura familiar camponesa.
Com o avanço os parques eólicos na região paraibana da Borborema, ficará cada vez mais difícil produzir alimentos saudáveis e viver ali. Tem-se como exemplo o que ocorreu município de Caetés, no agreste pernambucano, onde há 7 anos o povo camponês enfrenta os problemas do modelo energético desrespeitoso com a vida. Entre os problemas estão a poeira, as doenças, o barulho dos aerogeradores 24h por dia e as próprias torres, passaram a oferecer risco de morte aos moradores.
A atividade, realizada pelo Polo da Borborema e pela AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, contou com relatos de agricultoras de Caetés, que contaram ter perdido a paz e o amor de viver no território depois da chegada dos parques eólicos, bem como com depoimentos de agricultoras do município de Tibau acompanhadas pela CPT Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, junto à Marcha Mundial de Mulheres.
A Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia acontece todos os anos, desde o final dos anos 1990, dar visibilidade ao papel das camponesas na agricultura familiar e denunciar todas as formas de violência contra a mulher.
#PelaVidaDasMulheres #SemFeminismoNãoHáAgroecologia
Fotos: Equipes da CPT Campina Grande e Guarabira (PB) e Mossoró (RN)
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“Em tudo o que fiz, mostrei a vocês que mediante trabalho árduo devemos ajudar os necessitados, lembrando as palavras do próprio Senhor Jesus, que disse: Há maior felicidade em dar do que em receber". (Atos dos Apóstolos 20:35)
A CPT Campina Grande realizou, no dia 14 de abril de 2022, mais uma ação de solidariedade em parceria com a Fraternidade Irmãos de Francisco. Cestas camponesas adquiridas da agricultura familiar paraibana foram doadas para as ocupações urbanas Luiz Gomes, comunidades do Papelão e Walling. Essas comunidades sofrem com inundações em tempos de fortes chuvas.
Ao todo, 100 famílias receberam mais de 1450 quilos de alimentos, como feijão e fubá da Paixão (cuscuz não transgênico, produzido a partir das sementes crioulas), vindos do Polo da Borborema; e goma, batata-doce, mel, limão, abacate, banana e macaxeira, da Acajaman, que também acompanhou as entregas.
O Polo da Borborema é formado por uma rede de 15 sindicatos de trabalhadoras e trabalhadores ruais (STRs), aproximadamente 150 associações comunitárias e uma organização regional de agricultores ecológicos. Já a Acajaman (Associação Cultural e Agrícola dos Jovens Ambientalistas da Paraíba) é uma associação sem fins lucrativos voltada a juventude, a cultura e a agroecologia.
“Se o campo não planta, a cidade não janta”
Foto: Equipe CPT Campina Grande
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No próximo sábado, 02 de abril, em Sapé, será realizado um Ato em memória da morte de João Pedro Teixeira, líder-fundador da primeira liga camponesa na Paraíba. O evento está sendo promovido pelo Memorial das Ligas e Lutas Camponesas e com o apoio de movimentos sociais, entidades e sindicatos.
João Pedro atuou como camponês e defensor do trabalho rural. Seu afinco em prol dos trabalhadores/as rurais, fizeram dele um herói da pátria, principalmente no Nordeste, onde costumava intervir. Após sua morte, sua esposa Elizabeth Teixeira encabeçou a sua luta e não se curvou às ameaças dos latifundiários e deu continuidade à luta por trabalho digno, reforma agrária e justiça no campo.
Em 2002, iniciou-se uma caminhada dos camponeses da cidade de Sapé até a região de Café do Vento, em Barra de Antas, fazendo memória ao trajeto que João Pedro realizou quando foi assassinado. Neste ano, os camponeses/as e agricultores/as da região agregaram as suas lutas, a comunidade tradicional de Barra de Antas, reconhecida desde 2017 pelo Ministério Público Federal (MPF), fazendo o Ato em memória à luta de João Pedro e contra a instalação de Barragem que o Governo do Estado planeja construir na região, retirando centenas de famílias da área.
Para Alane Lima, presidenta do Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, “neste ano em que completamos 60 anos da morte de João Pedro Teixeira, é uma data muito emblemática, por que faz 60 anos que não acontece reforma agrária no nosso país.” E se acolhendo aos pensamentos de Elizabeth, a presidenta questiona: como a gente pode ficar bem se ainda existe muitos camponeses/as, muitas famílias que estão no campo, que não tem onde plantar? Então, esse é um ano de denúncia, mas também de anúncio da continuidade e unidade dos povos do campo.”
“Esse é um ano que precisamos nos unir para lutar contra quem nos oprime, lutar contra o agronegócio e contra as oligarquias fundiárias que ainda se mantem no campo e no poder e oprime o povo camponês”, frisou Alane.
Apesar da morte de João Pedro Teixeira ter sido a 60 anos, a casa onde ele viveu e sua família, foi tombada em 2012, no governo de Ricardo Coutinho.
Segundo o ex-governador, o imóvel possui um grande significado cultural, já que pertencia a um dos maiores líderes da Revolução Camponesa do estado e no país.
O ato será no dia 02 de abril, às 14h, saindo em caminhada da comunidade tradicional de Barra de Antas, até o Memorial das Ligas e Lutas Camponesas, culminando em apresentações culturais de artistas populares e a participação de movimentos sociais, como MST, CPT, FETAG, e também de parlamentares e partidos que defendem a causa.
Assessoria de Imprensa
Ato em memória aos 60 anos da morte de João Pedro Teixeira
Telefone contato: (83) 9 9130-4082 MLLC
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