- Detalhes
- Categoria: Pernambuco
As cores da toalha de mesa não saltam mais aos olhos. Fica difícil distinguir aos quais dos sete cachorros e três gatos pertencem os vultos que passam entre as pernas. Já não dá para ler as frases "Jesus, eu te amo" e "Deus é o meu protetor" riscadas nas paredes.
Cai a noite sobre uma casa de taipa no meio do canavial. Maria Francisca de Lima, ou Maria Cabocla, como é conhecida na região, pega uma caixa de fósforo e acende três candeeiros. O odor do óleo diesel queimando invade o ambiente. Aos 55 anos, Maria Cabocla nunca soube o que é ter energia elétrica em casa.
- Detalhes
- Categoria: Pernambuco
O agricultor posseiro Severino Amaro herdou do seu pai o sítio Riachão, local em que vive desde que nasceu. Em 2020, decidiu entrar na justiça para solicitar o reconhecimento de sua propriedade, por meio da usucapião. A juíza titular da Comarca de Maraial (PE) concedeu ao agricultor liminar de manutenção de posse até que fosse julgado procedente seu pedido de usucapião. Contudo, o TJPE reformulou a decisão e determinou a reintegração de posse contra o camponês. A decisão é um grave contrassenso jurídico e provocou indignação à família e às entidades que acompanham o caso, como a CPT e a FETAPE. A área está localizada na comunidade de Batateiras, em Maraial, Zona da Mata Sul de Pernambuco.
- Detalhes
- Categoria: Pernambuco
2020 foi o ano com o maior número de conflitos no campo, de ocorrências de conflitos por terra, de invasões de territórios e de assassinatos em conflitos pela água já registrados pela CPT. Pernambuco é o segundo estado do país com o maior registro de ameaças de morte no campo e o sétimo mais conflituoso para povos que lutam pelo direito à terra e ao território.
Em 2020, o estado de Pernambuco registrou 103 ocorrências de conflitos no campo envolvendo 37.136 pessoas. A média equivale a um conflito a cada 3 dias e meio. O levantamento está no Caderno Conflitos no Campo Brasil - 2020, da Comissão Pastoral da Terra (CPT). A publicação, lançada no fim de maio, mostra a situação de violência a que estão submetidas comunidades e populações camponesas no país.
- Detalhes
- Categoria: Pernambuco
Emboscadas, perseguições, intimidações com seguranças armados, ameaças de morte, agressões físicas e verbais, perseguições com cães de guarda, tentativas de atropelamento, destruição de cercas e invasão de plantações com animais e pulverização de agrotóxicos, sobrevoo com helicópteros, vigilância com o uso de drones sobre as comunidades, dia e noite. Todas essas violências são parte do cotidiano das famílias de lavradores de sete engenhos da Zona da Mata de Pernambuco desde 2013, quando as terras da antiga Usina Frei Caneca, em processo de falência, foram arrendadas pela Agropecuária Mata Sul S/A, transformando o local em uma zona de guerra.
- Fetape celebra 59 anos com partilha e solidariedade
- #PazeTerraParaaMataSul: entenda os conflitos agrários existentes na região
- Ameaça à vida: povos e comunidades tradicionais denunciam os riscos de usina nuclear em Itacuruba
- Comunidades da Mata Norte doam alimentos às famílias desalojadas em Tracunhaém (PE)