Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Desta vez, a violência ocorreu na comunidade do Engenho Guerra, município de Jaqueira. Duas famílias agricultoras foram surpreendidas com a destruição de suas plantações nas últimas terça e quarta, 27 e 28. A ação foi realizada com a presença de um oficial de justiça e da Polícia Militar sob o pretexto de se cumprir a imissão na posse do novo proprietário que arrematou em leilão uma área da antiga Usina Frei Caneca em processo de execução fiscal na Justiça. Outras 250 famílias também estão sob ameaça de despejo pelo mesmo motivo.

A abertura de leilões de terras na região vem sendo questionada pelas famílias e organizações sociais por conter indícios de fraude e alimentar um esquema de “lavagem” de terras no local. O Estado e trabalhadores/as rurais, credores da Usina Frei Caneca, não foram informados desses leilões.

As famílias atingidas plantam no local há mais de vinte anos. Cerca de dez hectares cultivados com banana, coco, jaca, manga e outras fruteiras foram colocados abaixo durante a ação. Os agricultores e agricultoras denunciam a injustiça, uma vez que o ato de imissão de posse não autoriza a destruição de benfeitorias antigas. Também não foi dado aos/às camponeses/as o direito de defesa nem à indenização das benfeitorias.

A área pertencia à antiga usina Frei Caneca, desativada em 2003. Desde 2020 - com a abertura dos leilões, vendas e arrendamento das terras - centenas de agricultores e agricultoras, antigos moradoras da região, têm sofrido constantes ataques e tentam dialogar com o Governador de Pernambuco para impedir a expulsão de mais de 1.500 famílias dos engenhos que integravam a Usina falida.

Outras informações em breve.

 

Imagens: Destruição do sítio das famílias moradoras do Engenho Guerra. Foto: enviadas pela equipe da CPT na Mata Sul (PE)

 

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