Mais de 14 toneladas de alimentos saudáveis são doadas pela CPT Alagoas para comunidades em situação de vulnerabilidade social
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- Categoria: Alagoas
“... voltarão a construir as cidades que foram destruídas, e nelas vão morar. Plantarão vinhedos e beberão seu vinho; formarão pomares e comerão suas frutas. Eu vou plantá-los na sua própria terra, e jamais serão novamente arrancados dessa terra, que eu mesmo lhes dei – diz Javé, o Deus de vocês.”
Amós 9:14-15
Nessa semana, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Alagoas realizou uma grande ação de solidariedade voltada para famílias em situação de vulnerabilidade social. Aproximadamente 14.400kg de alimentos, ou seja, mais de 14 toneladas, foram separados em 800 cestas camponesas destinadas a 13 comunidades.
“As cestas camponesas são um alívio, ainda que seja temporário, mas, sim, um alívio salutar, diante das dificuldades de fome e miséria do nosso povo. Eu fico muito feliz por sermos agraciados por essa ação”, falou o padre Raul Moreira, administrador da Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima, no município de Rio Largo.
Camponesas e camponeses das comunidades de onde vieram os alimentos estiveram presentes nas entregas das doações e deram testemunhos da luta pela terra e sobre a importância da solidariedade para todos. Antes de cada entrega, houve uma celebração e leitura de uma carta da CPT às famílias beneficiadas.
Na celebração de partilha das 50 doações em Rio Largo, os presentes entraram em sintonia de “que o homem do campo é quem mantém a cidade em pé”, na opinião do padre Raul. Segundo ele, os conjuntos residenciais abrangidos pela Área Pastoral estão próximos ao aeroporto, mas a pobreza prevalece ali e foi aprofundada pelas enchentes de 2010. Para ele, a CPT tem olhado para a situação com amor ao promover a distribuição das cestas camponesas.
As famílias acompanhadas pela Igreja Batista da Grota da Alegria, no Benedito Bentes, também foram beneficiadas com a doação de 50 cestas camponesas. Para o pastor Vando, a ação da CPT ajuda a perceber o quanto a classe trabalhadora, tanto do campo, quanto da cidade, precisa construir um projeto de vida coletivo, mesmo cada um dentro da sua especificidade geográfica e territorial. “A bandeira de luta precisa ser uma só: a bandeira da comida na mesa, da habitação, da terra, da liberdade”, disse.
“A Ocupação Tereza de Benguela tem recebido contribuição da CPT Alagoas com as cestas de alimentos saudáveis que, além de produtos sem veneno, são produzidos pelo trabalhador do campo para o seu sustento, mas que também está produzindo para o sustento da cidade”, contou Eliane Silva, da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto do Brasil (MTST) e da coordenação da cozinha solidária do acampamento.
Para Eliane, a solidariedade vem contribuindo muito com o combate à fome da periferia urbana. “Esse é um momento muito importante para nós. A gente, desde a pandemia, vem ajudando no combate à fome dos trabalhadores da cidade e o povo trabalhador do campo também tem contribuído muito”, afirmou.
A coordenadora do movimento contou que a cozinha solidária alimenta todos os dias 100 famílias, sendo a maioria formada por mulheres mães solos, fugidas da violência doméstica e/ou que perderam seus empregos com a pandemia. No local, foram entregues 120 cestas camponesas.
As instituições que receberam as doações foram as seguintes: Em Maceió, Comunidade Irmã Dulce dos Pobres e Secretariado de Assistência Social (SAS) Juvenópolis, localizados no bairro de Petrópolis; Comunidade São José, na Chã da Jaqueira; a Igreja Batista da Grota da Alegria e Cozinha Solidária Paulo Bandeira, no Benedito Bentes; Cozinha Solidária do Acampamento Tereza de Benguela (MTST) e Terreiro Abassá de Angola Ota Balé - Casa de Resistência, na Cidade Universitária; Comunidades Nossa Senhora de Fátima e Divina Pastora, em Fernão Velho; Comunidade Espírita Nosso Lar, no Vergel do Lago e Paróquia Imaculada Conceição, no Jacintinho. No município de Rio Largo, Área Pastoral Nossa Senhora de Fátima. Em Marechal Deodoro, o Centro de Formação Santa Rosa de Lima, situado na Ilha de Santa Rita.
A iniciativa fez referência à passagem de duas datas comemorativas internacionais: Dia de Luta Camponesa e o Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, respectivamente, celebrados em 17 de abril e 1º de maio. Ao lembrar esses momentos tão importantes, a CPT, com apoio da Igreja alemã, através da Misereor, deseja unir o campo e a cidade, através do que há de mais simbólico: o alimento.
O projeto da CPT Regional Nordeste 2 (AL, PB, PE e RN), apoiado pela obra episcopal estrangeira, tem o intuito de contribuir com o escoamento da produção da agricultura familiar camponesa e, ao mesmo tempo, amenizar a fome no meio urbano.
Os alimentos agroecológicos chegaram diretamente das roças no domingo, 1º de maio, e foram separados na Igreja Batista do Pinheiro, que cedendo o espaço para a montagem e organização das doações, tem sido uma importante parceria para o bom resultado das ações solidárias, na avaliação de Heloísa do Amaral, coordenadora estadual da CPT.
A distribuição dos alimentos trazidos diretamente da roça dos acampamentos e assentamentos de luta pela terra começou na terça-feira, 03, e encerrou na quinta-feira, 05.
Fotos: Equipe da CPT Alagoas
Agricultoras paraibanas dizem 'não' aos parques eólicos na 13ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia
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- Categoria: Paraíba
Agricultoras, lideranças e agentes da CPT de Campina Grande e de Guarabira (Paraíba), de Mossoró (Rio Grande do Norte) e de Garanhuns (Pernambuco), participaram na manhã da segunda-feira, 02 de maio, da 13ª Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia.
Tendo como lema como lema "Mulheres em defesa do território: Borborema agroecológica não é lugar de parques eólicos", mulheres de diversas comunidades paraibanas e de Pernambuco marcharam pelas ruas da cidade de Solânea, na Paraíba, dizendo ‘não’ aos parques eólicos, que não respeitam os territórios, a vida e o fazer camponês.
O ato das mulheres não é contra a energia renovável, mas sim contra o modelo de produção de energia a partir dos parques eólicos. O debate levantado pelas participantes é que esses grandes empreendimentos vendem a imagem de energia limpa, mas concentram a terra e ameaçam a produção da agricultura familiar camponesa.
Com o avanço os parques eólicos na região paraibana da Borborema, ficará cada vez mais difícil produzir alimentos saudáveis e viver ali. Tem-se como exemplo o que ocorreu município de Caetés, no agreste pernambucano, onde há 7 anos o povo camponês enfrenta os problemas do modelo energético desrespeitoso com a vida. Entre os problemas estão a poeira, as doenças, o barulho dos aerogeradores 24h por dia e as próprias torres, passaram a oferecer risco de morte aos moradores.
A atividade, realizada pelo Polo da Borborema e pela AS-PTA – Agricultura Familiar e Agroecologia, contou com relatos de agricultoras de Caetés, que contaram ter perdido a paz e o amor de viver no território depois da chegada dos parques eólicos, bem como com depoimentos de agricultoras do município de Tibau acompanhadas pela CPT Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte, junto à Marcha Mundial de Mulheres.
A Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia acontece todos os anos, desde o final dos anos 1990, dar visibilidade ao papel das camponesas na agricultura familiar e denunciar todas as formas de violência contra a mulher.
#PelaVidaDasMulheres #SemFeminismoNãoHáAgroecologia
Fotos: Equipes da CPT Campina Grande e Guarabira (PB) e Mossoró (RN)
PPP da Violência no Campo
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- Categoria: Pernambuco
O Governo e o Judiciário de Pernambuco precisam romper o Pacto Público-Privado da violência no campo na Mata Sul de Pernambuco
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) oferece o maior banco de dados da América Latina e do mundo sobre os conflitos no campo em um país. A série histórica desses registros e sua divulgação tiveram início em 1985, com a publicação da primeira edição do Caderno Conflitos no Campo Brasil, e seguem até os dias atuais. Esse extenso banco de dados nos fornece elementos para analisarmos a dinâmica da luta e da resistência no campo brasileiro e, sobretudo, como se movimentam os blocos de poder patrocinadores da violência no campo: o poder privado e o poder público.
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