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O DENOCS (Departamento Nacional de Obras contra a Seca) foi criado em 1909, ainda como IOCS (Inspetoria de Obras Contra a Seca), depois como IFOCS (Inspetoria Federal de Obras Contra a Seca). Durante décadas foi considerado como a maior empreiteira da América Latina. A concepção do Departamento era equivocada em si mesma, isto é, combater a seca. Claro, nenhum país do mundo criou algum departamento para combater a neve, ou combater a chuva, ou combater o deserto. Entretanto, em sua longa existência, o Departamento construiu a maior açudagem do mundo, cerca de 70 mil, com capacidade para armazenar 36 bilhões de metros cúbicos de água de chuva. O Prof. João Abner, hidrólogo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, costuma dizer que, antes desses açudes, o semiárido era mesmo um deserto. Afinal, o que sempre faltou não foi chuva, mas a capacidade de armazenar a água que a chuva oferece.* Roberto Malvezzi
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Os índios que estão acampados no assentamento Mucatu, em Alhandra,um dia depois de serem despejados pela polícia de dois lotes, que pertenceriam ao coronel da PM,Lima Irmão, receberam a visita de muitos padres brasileiros e estrangeiros que estão participando de um encontro em Campina Grande. Entre eles, estavam o bispo da Diocese de Nova Iguaçu, da Comissão de Direitos Humanos, no Rio de Janeiro, Dom Luciano Bergamin, e Frei Beda,que desenvolve trabalhos sociais em vários estados brasileiros.
Dom Luciano classificou a ação como falta de sensibilidade das autoridades em relação à luta por terra e contra o capitalismo. Ele disse que é incrível o que está acontecendo no local. “Tantos lugares, com tanta terra nesse estado e mesmo assim reprimem índios e trabalhadores que estão lutando pela sobrevivência de suas famílias”, disse.
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O Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra-PB) afirmou na manhã desta sexta-feira (27) que o coronel Lima Irmão, ex-comandante da Polícia Militar da Paraíba , não é assentado da Reforma Agrária. A declaração é do ouvidor agrário do órgão na Paraíba, Cleofas Ferreira Caju. Ele condenou veementemente a ação violenta da Polícia Militar no final da tarde de quinta-feira no cumprimento de um mandado de reintegração de posse no assentamento Mucatu, em Alhandra, onde o ex-comandante da PM seria o beneficiário.
Diante dessa situação o ouvidor agrário do Incra adiantou que foi criada uma comissão para investigar a forma de como o ex-comandante da PM adquiriu esses lotes. Cleofas Ferreira explicou que o assentamento Mucatu é um projeto de reforma agrária já emancipado onde o Incra tomou todas as providências estruturais com a determinação de cláusulas resolutivas a serem cumpridas pelos assentados.
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A área em questão está localizada na região da Grande Mucatu e é alvo de um conflito envolvendo as famílias e a Emprersa Elizabeth, que adquiriu lotes na região de forma ilegal para instalar uma fábrica de cimentos.
Hoje, dia 27, foi um dia de muita tensão na região da Grande Mucatu, litoral sul da Paraíba. Cerca de 100 famílias indígenas da etnia Tabajara e trabalhadores rurais assentados de Mucatu foram alvo de violência e de despejo ilegal por parte da Policia Militar, após ocupação de uma área na região ontem (26). Após várias denúncias de ilegalidade, a tropas da PM foram retiradas do local apenas às 12h de hoje. Neste momento, a PM e seguranças particulares da Empresa Elizabeth encontram-se de vigília à 3km de onde estão os indígenas e trabalhadores rurais assentados. As famílias temem que novas ações de ilegalidade e de violência da policia militar e da Empresa Elizabeth aconteçam a qualquer momento.