Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Sindicato da categoria comandou assembleia ontem, dia 16, que resultou na paralisação de alguns canteiros. Discussão é sobre pagamento de benefícios aos operários

Os trabalhadores do canteiro de obras da ferrovia Transnordestina decretaram ontem greve por tempo indeterminado. A paralisação engloba profissionais dos Estados do Ceará, Piauí e Pernambuco. Mas os números são desencontrados. Enquanto o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) alega que os cerca de 2,4 mil operários da ferrovia cruzaram os braços, a Odebrecht informou, por meio de nota, no início da noite, que o protesto afetou apenas 3% do contingente.

 

A Odebrecht é a empresa contratada pela Transnordestina Logística S.A. (TLSA) para tirar do papel o empreendimento de R$ 5,4 bilhões.

 

O motivo para o conflito entre mão de obra e empresa é o não pagamento dos Programa de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e do Prêmio de Incentivo à Produtividade (PIP).

 

De acordo com o departamento jurídico do Sintepav-PE, desde o começo do mês as negociações com a Transnordestina e Odebrecht não avançam. O caso chegou a ser judicializado, com uma ação na Justiça do Trabalho de Salgueiro, no Sertão do Estado. Além dos 2.400 trabalhadores na ativa, há 2.500 funcionários que foram demitidos este ano e nunca receberam os valores proporcionais de PLR e PIP, acertados em fevereiro deste ano. A paralisação teve uma participação maior de trabalhadores do Ceará e Piauí. Hoje, com o início de piquetes, há a expectativa de que as frentes de trabalho que ainda não aderiram ao movimento em Pernambuco interrompam completamente seus trabalhos nos próximos dias.

 

A greve foi decretada após um assembleia realizada ontem na cidade de Salgueiro. As informações repassadas pelo Sintepav-PE são de que a Odebrecht alega dificuldades para realizar os pagamentos por não ter recebido valores da TLSA - subsidiária da Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), que ganhou o leilão para explorar o serviço ferroviário no Nordeste.

 

Não há valores exatos de quanto cada trabalhador deve receber, pois o cálculo varia de acordo com o salário e a quantidade de meses trabalhados. Mas, em média, a PLR equivale a 40 horas semestrais para cada funcionário, enquanto o PIP corresponde a até 13,33 horas mensais. O menor piso salarial pago na obra, que varia por função, é de R$ 721, enquanto o maior teto é de R$ 1.463.

 

Por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Odebrecht informou que a Aliança formada pela Transnordestina Logística S.A e Odebrecht Infraestrutura continua mantendo diálogo com Sintepav-PE, Sintepav-PI e Sintepav-CE com a finalidade de apurar os valores referentes ao Plano de Produtividade dos integrantes da construção da Ferrovia Transnordestina. O plano refere-se ao período que corresponde de janeiro a junho deste ano. A Aliança deve realizar o referido pagamento até o final deste mês. A partir de agosto, o pagamento do mencionado programa passará a ser mensal .

 

A greve é mais uma enorme pedra no sapato da Transnordestina. A obra está atrasada. O ramal que liga a cidade de Eliseu Martins (PI) ao Porto de Suape deveria estar pronto no final de 2013, mas agora só será entregue em fins de 2014.

 

A Transnordestina é uma ferrovia de 1.728 quilômetros, que começa na cidade de Eliseu Martins, no Piauí, seguindo até os Portos de Pecém, no Ceará, e de Suape, no Cabo de Santo Agostinho.

 

 

Fonte: Jornal do commercio

 

 

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