A Comissão Pastoral da Terra (CPT) está participando do processo de construção e atualização da cartografia social do município de Apodi, no Rio Grande do Norte. A iniciativa é do Centro Feminista 8 de Março e da Fiocruz. No início do mês, uma oficina foi realizada com a participação de diversas organizações sociais que atuam no local, incluindo a Pastoral. A atividade teve o intuito de levantar informações e revisitar a memória sobre vários aspectos, a exemplo das formas de acesso à terra e de produção e organização da agricultura familiar em Apodi desde a década de 1950 até os dias atuais.
A oficina também mapeou as formas organizativas dos povos do campo, atuação nos sindicatos, grupos de jovens e mulheres, cooperativas, além de levantar as ameaças contra as populações do município.
Apodi, palco de experiências de convivência com o semiárido e agroecológicas que são referências nacionais, tem sofrido com o avanço de empresas do agrohidronegócio, especialmente as da fruticultura irrigada, o que tem transformado o cenário da região e provocando o controle das águas e das terras, além da contaminação dos bens comuns e das pessoas por agrotóxicos. A Cartografia social poderá ser um instrumento não apenas para formação e memória sobre a dinâmica territorial do local, mas especialmente para contribuir com a denúncia sobre a apropriação de territórios e bens comuns identificada nos últimos anos com o avanço da fruticultura irrigada.
Fonte: Equipe CPT Mossoró/RN