Na manhã desta quinta (14), os movimentos populares que integram a Via Campesina fizeram uma doação de 10 toneladas de alimentos produzidos em assentamentos e acampamentos da reforma agrária para 19 Bancos Populares de Alimentos espalhados na Região Metropolitana do Recife. A ação é parte da Jornada Nacional da Soberania Alimentar.
Do Brasil de Fato
Na manhã desta quinta (14), os movimentos populares que integram a Via Campesina fizeram uma doação de 10 toneladas de alimentos produzidos em assentamentos e acampamentos da reforma agrária para 19 Bancos Populares de Alimentos espalhados na Região Metropolitana do Recife. A ação é parte da Jornada Nacional da Soberania Alimentar.
O mote das ações neste ano são a denúncia da fome no país e a incapacidade do agronegócio de lidar com os problemas da população brasileira, ao contrário das organizações populares, como ressalta Vani Souza, do Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA). “Nós temos como proposta mudar esse cenário. Não vamos permitir num país com terras agricultáveis, de camponeses e camponesas, ver 20 milhões de pessoas passando fome por um projeto de morte do capitalismo, do agronegócio e de Bolsonaro. Esse ato é para denunciar, mas é também para alimentar espíritos e mentes de rebeldia que dizem não à fome e não à Bolsonaro”, ressalta a militante.
A Jornada é uma ação organizada pelos movimentos em referência ao Dia Mundial da Alimentação Saudável, comemorada no dia 16 de outubro. Jaime Amorim, da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Coordenação da Via Campesina Internacional fala como a pauta da alimentação se insere politicamente no cotidiano dos movimentos “Não basta ter segurança alimentar, fazer com que o alimento chegue a todas as partes do mundo. É necessário que ele seja saudável, tenha uma boa relação com o meio ambiente, que as pessoas sejam respeitadas, que quem produz alimentos tenha direitos. A soberania alimentar é um princípio da vida camponesa”, afirma.
Os 10 mil quilos de frutas e legumes como banana, cenoura, batata doce, mandioca, beterraba, chuchu e outras variedades serão destinados através da campanha Mãos Solidárias para os Bancos Populares de Alimentos que estão espalhados nas periferias da capital pernambucana, onde a campanha atua desde o início de 2020 com a doação de alimentos, máscaras, produtos de limpeza e higiene pessoal e também com ações de educação popular em saúde e conscientização sobre a pandemia da covid-19.
Além da atividade no Recife, nesta quinta (14), acontecem ações também em Brasília, onde os manifestantes realizaram um ato na sede da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), além das cidades de Vitória (ES), Porto Velho (RO) e Florianópolis (SC), com ocupações, denúncias e ações de solidariedade.