Entre os dias 5 e 6 de dezembro de 2024 aconteceram o II Encontro Paraibano de Educação do Campo, das Águas e das Florestas e o I Encontro Estadual de Educação para Convivência com o Semiárido, no município de Lagoa Seca, na Paraíba.
Realizados pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Rede de Educação do Semiárido Brasileiro (RESAB), em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação, os eventos ocorreram no Centro Elizabeth e João Pedro Teixeira.
Estiveram presentes representantes de povos da terra, das águas e das florestas, além de instituições de ensino federais, estaduais e municipais.
O objetivo foi promover diálogos e reconstruções coletivas que fortalecessem a participação social e debates sobre políticas, programas e ações voltadas para uma práxis educativa emancipadora, alinhada às realidades desses territórios.
Um dos destaques foi a relevância da Comissão Pastoral da Terra na construção do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) na Paraíba. Durante os debates, João Muniz, assentado da reforma agrária, agente de pastoral e pedagogo, afirmou: “A educação modificou minha vida, me fez fincar o pé na terra e não sair para Brasília”. Já Carla Rayanne, também assentada da reforma agrária e médica veterinária, reforçou: “O Pronera modificou minha vida”.
Na Paraíba, há mais de 20 anos a CPT tem sido fundamental no fortalecimento da luta pela Educação do Campo e pela Educação para Convivência com o Semiárido. Suas ações incluem iniciativas educativas não escolares e a defesa de políticas públicas voltadas para assentados e assentadas da reforma agrária.
O encerramento do I Encontro Estadual de Educação para Convivência com o Semiárido foi marcado por uma ciranda,embalda pelo canto “Momento Novo” de Zé Vicente, e pela constituição do Fórum Estadual do Campo. Esse novo espaço promete fortalecer o princípio da autonomia, promover debates e propor ações para a implantação, fortalecimento e consolidação de políticas públicas voltadas à Educação do Campo, Educação de Convivência com o Semiárido, Educação Indígena e Educação Quilombola, tanto na Paraíba quanto em nível nacional. O Fórum foi apontado como estratégico para a construção de um projeto contra hegemônico para o campo e seus territórios.
Equipe CPT Campina Grande
Fotos: Karla / MST