Na tarde de ontem, 6, camponeses e camponesas do município de Mogeiro - PB reuniram-se para fazer a memória do martírio de Ivanildo Francisco da Silva, liderança camponesa assassinada há sete anos, vítima dos conflitos por terra e da violência do latifúndio na região.
Os agricultores e agricultoras seguiram em caminhada de Via-Sacra da sede do Assentamento Dom Marcelo até o local onde Ivanildo foi assassinado. Também foi realizada uma celebração Eucarística conduzida por Frei Anastácio e por Frei Roberto. O momento foi marcado pela força da espiritualidade e da memória do martírio daquele que lutou por justiça nas terras de Mogeiro.
A celebração ocorre anualmente desde 2017, quando o crime completou um ano, sendo suspensa nos últimos três anos em razão da pandemia da Covid-19. Agora, a CPT retoma a iniciativa pedindo justiça por Ivanildo Francisco da Silva, pois o crime continua impune.
O julgamento chegou a ser agendado em 2018, mas quando as famílias camponesas estavam em frente ao Fórum de Itabaiana, a juíza adiou e pediu desaforamento. A CPT aguarda outro agendamento. A expectativa é que o processo entre na pauta do júri no segundo semestre deste ano.
Ivanildo foi assassinado no dia 06 de abril de 2016, enquanto estava sozinho com sua filha de um ano, na casa onde vivia, no assentamento Dom Marcelo. Ele já vinha sendo alvo de perseguições e ameaças por parte de capangas que rondavam a comunidade. No mesmo dia em que foi assassinado, a CPT em João Pessoa havia se reunido com o trabalhador rural e lideranças de mais 12 comunidades para tratar sobre os conflitos agrários na região. O agricultor também havia participado de uma audiência na Justiça Federal, acompanhado pelo assessor jurídico da CPT, Dr. Aldaris Junior. Seu corpo foi encontrado na manhã do dia seguinte, caído em frente à casa onde vivia, e a sua filha, de apenas um ano, ao seu lado.
Confira algumas imagens.
Setor de comunicação da CPT NE2