As organizações e movimentos do campo de Alagoas realizaram ontem, 26, o Seminário “Conjuntura agrária e urbana: desafios e perspectivas”.
No primeiro momento houve a análise de conjuntura local e nacional pelo professor Fabiano Duarte, do curso de história e educação do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) Campus Marechal Deodoro. De acordo com a análise, o governo começa a se articular para garantir algumas pautas, mas sua prioridade continua sendo o agronegócio. Isso fica evidente quando se percebe que até agora não houve assentamento de famílias, um plano nacional de reforma agrária e o estado de Alagoas continua com um bolsonarista à frente da superintendência do Incra, por exemplo.
Na avaliação das organizações, o governo Lula tem demonstrado que a questão das homologações e demarcações que envolvem as comunidades quilombolas, os povos originários e o povo Sem Terra, não é uma prioridade. Portanto, trata-se da continuidade de um processo histórico que só é possível mudar com mobilização popular.
Os presentes reafirmaram o compromisso de manter a unidade que faz de Alagoas diferente dos outros estados do país, porque as organizações do campo conseguem dialogar, refletir e fazer crítica juntas, e sobretudo, fazer ações conjuntas há mais de uma década. Assim, as organizações pretendem fortalecer essa unidade para enfrentar os próximos anos no estado e levar essa experiência para colaborar com outras organizações no país.
No horário da tarde do seminário houve a participação do movimento sindical. A presidenta da CUT, Rilda Alves, também apresentou uma análise de conjuntura, relacionando a luta da cidade com o campo e ressaltando a necessidade e importância de fazer essa junção das forças populares.
A partir dos debates, as organizações pretendem fazer uma mobilização no mês de agosto e um grande encontro do campo e da cidade no mês de setembro, para discutir a pauta popular, urbana e agrária, para o Brasil.
O Seminário “Conjuntura agrária e urbana: desafios e perspectivas” foi organizado conjuntamente pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frente Nacional de Luta (FNL), no Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), no MST, Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento de Luta pela Terra (MLT) e Movimento Terra Livre.
Fotos: FNL/AL