Nesta segunda-feira (03/06), centenas de famílias de agricultores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se mobilizam em frente ao Fórum de Justiça de Arapiraca para cobrar a punição dos assassinos de Luciano Alves. “Grilo”, como era conhecido o líder Sem Terra da região do Agreste alagoano, foi assassinado numa emboscada em 2003, na cidade de Craíbas (distante 170km da capital Maceió). As famílias se concentram a partir das 8 horas na porta do Fórum, onde erguem uma vigília para pressionar o poder judiciário. Os acusados de mandante e executores do crime vão a júri popular e o MST promete não deixar passar na surdina este momento de punição dos criminosos. “Estamos atentos à decisão da Justiça e vamos a público cobrar a condenação dos autores”, esclarece Débora Nunes, do MST.
“Grilo era uma liderança destacada não somente em Craíbas e Girau do Ponciano, onde atuava diretamente, mas em toda a região do Agreste”, informa Débora. Ela analisa que “sua atuação incomodou os coronéis locais, que temiam inclusive a perda de poder político, tendo em vista a possível candidatura de Luciano Alves a vereador”. Logo o poder local mostrou sua face mais truculenta. A emboscada aconteceu entre as 20h30 e as 21h do feriado de 7 de setembro em 2003, quando Grilo se deslocava em direção ao assentamento onde vivia. Os assassinos o abordaram de motocicleta e foram logo disparando sem dar chance à vítima de qualquer reação. Luciano Alves, de 28 anos, era coordenador do assentamento 25 de julho, membro da Direção Estadual do MST e também filiado ao PT.
Fonte: MST Alagoas