Durante os dias 24 e 25 de abril, diversos representantes dos Movimentos Sociais de Alagoas reuniram-se no Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, retomando a articulação já estabelecida no Encontro Unitário Nacional (2012), planejando mobilizações conjuntas para o próximo período.Nos dois dias de atividades, trabalhadores e trabalhadoras do campo, de comunidades pesqueiras e indígenas, reforçaram a necessidade de ações coletivas para fazer enfrentamento aos ataques que os trabalhadores vêm recebendo. “Temos vivenciado sérios problemas e é na unidade que vamos somar forças em nossas lutas para que possamos buscar alternativas para o desenvolvimento do campo alagoano”, afirmou Debora Nunes, do MST.
Zennus Dynis, do Conselho Indiginista Missionário (CIMI), destacou a importância do Encontro para o fortalecimento das alianças entre os movimentos sociais no estado. “Essa troca de experiência é fundamental para o avanço de nossas ações. Somente com unidade que vamos conquistar o que nos é de mais importante: a terra, que tanto para os indígenas quanto para os trabalhadores do campo, é essencial para a nossa sobrevivência”, disse Zennus.
Semana Social Alagoana
Já na sexta-feira (26), centenas de alagoanos foram às ruas de Maceió em um ato contra o governo do estado. A mobilização fez parte da Semana Social Alagoana, que em sua 5ª edição teve como tema “Do Estado que temos ao Estado que queremos” e contou na sua programação palestras com Frei Betto e do Professor Sávio Almeida.
O ato reuniu os movimentos sociais do campo, centrais sindicais, pastorais sociais, movimento estudantil, partidos políticos e diversos grupos culturais. Para Padre Rogério, da Arquidiocese de Maceió, a mobilização da sociedade alagoana é mais que necessária, “o Estado que queremos e pelo qual lutamos, é o Estado que realize a Reforma Agrária, garanta educação, saúde e se preocupe com a nossa juventude. É por isso que estamos juntos, campo e cidade, por justiça e dignidade”, disse o padre. A caminhada seguiu em direção ao palácio do governo, onde os grupos culturais realizaram intervenções artísticas.
“Esses atos que o povo alagoano vem realizando, são para demonstrar nossa insatisfação pela morosidade governamental, desde o governo federal ao governo estadual”, denunciou Josival Oliveira, do MLST.
Com mais uma mobilização em conjunto marcada para o 1º de maio, os movimentos já sinalizam que a articulação permanecerá e que muitas outras lutas estão por vir. “A sociedade não vai permitir que as nossas bandeiras sejam enterradas pela elite alagoana. E é por isso que continuaremos mobilizados”, disse José Roberto, do MST.
Texto: Gustavo Marinho – MST Alagoas