“Todo o grupo latino-americano está fazendo isso ficar muito complicado”, afirmou essa fonte. “O Brasil talvez esteja por trás de tudo. Eles estão tão preocupados com a possibilidade de que os biocombustíveis sejam transformados em um demônio que, em vez de ter um documento que seja ambíguo em relação aos biocombustíveis, preferem que nenhum acordo seja alcançado.”
Os representantes brasileiros, no entanto, negam que estejam atrapalhando o processo e garantem que já existe um acordo sobre o tratamento que será dado à produção do etanol.
Cuba
Segundo Manuel Vicente Fernandes Bertone, secretário de Produção e Agroenergia, que faz parte da delegação brasileira, o país não está impedindo um acordo “de forma nenhuma”.
Ele diz que os “problemas do documento até agora não são biocombustiveis, há consenso com respeito aos biocombustíveis.”
Na quarta-feira, o embaixador do Brasil na FAO, José Antônio Marcondes de Carvalho, havia dito que um acordo já tinha sido conseguido para amenizar as críticas ao etanol. A fonte diplomática que falou com a BBC, no entanto, negou que o acordo já tivesse sido acertado.
Nos bastidores do encontro, tem circulado versões de que outros temas também estariam criando problemas. Cuba estaria pedindo uma condenação ao embargo americano, o que não seria aceito pelos Estados Unidos.
O governo argentino também teria se posicionado contra tentativas de criticar tarifas no setor de alimentos.
A expectativa era que o documento fosse anunciado às 15h, hora de Roma (10h em Brasília), mas o anunciou foi adiado em pelo menos quatro horas e a coletiva de imprensa deve ocorrer apenas no começo da noite na capital italiana.
BBC Brasil, 05/06/08