Com o tema “As mazelas do Patriarcado e impactos violentos na vida das mulheres”, aconteceu na semana passada o 3º Encontro de Masculinidades, realizado pela Comissão Pastoral da Terra Nordeste 2 (CPT NE2).
Agentes pastorais dos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte participaram da atividade com objetivo de romper com o machismo que afeta a vida tanto das mulheres, quanto dos homens.
Realizado no Santuário das Comunidades, em Caruaru (PE), de 03 a 05 de julho, o encontro teve como facilitador Luciel Araújo de Oliveira, psicanalista em formação, educador popular e comunicador, e contou com representação da coordenação nacional da CPT.
A programação foi marcada por orações, momentos de escuta e fala, socialização de experiências, além das valiosas contribuições do facilitador.
Na quarta-feira à noite, houve a oração da ressurreição de Jesus, destacando o cuidado e espaço para as mulheres. Os participantes refletiram sobre a morte e a ausência paterna, resgatando histórias de figuras femininas importantes em suas vidas.
Neste dia, dois filmes foram sugeridos sobre a temática da masculinidade: “Kramer vs. Kramer”, dirigido por Robert Benton e lançado em 1979, e “O Silêncio dos Homens”, dirigido por Ian Leite e Luiza de Castro, lançado em 2019. O primeiro mostra o estereótipo de família onde o homem é provedor da casa, enquanto a mulher é subjugada apenas às tarefas domésticas e de cuidado com o filho. O filme traz o debate sobre a responsabilidade dos homens e mulheres na criação dos filhos, os papéis em um casamento e na sociedade. Já o segundo, trata do modelo de masculino que se impõe sobre meninos e homens e como isso acaba por silenciá-los ao longo da vida.
A quinta-feira começou com a oração do paralítico, que inspirou a reflexão sobre o acolhimento aos marginalizados e a respeito das escolhas de Jesus. O poder, o perdão e a necessidade de perceber as mulheres invisibilizadas também foram debatidos ainda pela manhã. Já à tarde, houve um momento de escuta e fala sobre a importância de sair da zona de conforto, reconhecer privilégios e entender a parcela dos homens na manutenção do machismo e do patriarcado e suas consequências para homens e mulheres e para a sociedade como um todo.
No primeiro horário da sexta-feira foram discutidas ideias sobre outros valores que podem compor a definição de novas masculinidades, focando na amorosidade, fraternidade e afetividade. Os participantes falaram a respeito da importância de espaços para diálogos e trocas de experiências. À tarde, houve a socialização das equipes, que lembraram das ações de enfrentamento ao machismo como a Marcha das Margaridas, encontros de masculinidades e de mulheres da CPT. Também foi comentado sobre a importância de campanhas contra a violência e a continuação de encontros educativos.
O educador Luciel Brasil trouxe contribuições sobre o encontro comum de gênero, a participação em campanhas e a necessidade de uma metodologia inclusiva, além de levar reflexões sobre feminismos, saúde do homem e violência.
A avaliação é que o encontro foi uma oportunidade de compartilhar expectativas e aprendizados, destacando a importância da amorosidade e da compreensão do machismo nos próprios participantes. O encerramento teve uma oração e uma dinâmica coletiva na perspectiva do fortalecimento das relações e do compromisso de todos com a desconstrução do patriarcado.
O próximo encontro de masculinidades da CPT NE 2 está marcado para acontecer em julho de 2025 em Alagoas.