Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Apesar dos movimentos sociais negarem, o governo federal insiste em afirmar que o II Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA), de 2003, está cumprindo as metas que estabeleceu para o setor. Segundo a Associação Brasileira da Reforma Agrária (Abra), a análise dos dados reais confirma a crítica dos movimentos camponeses ao governo. Das cerca de 127 mil famílias consideradas assentadas em 2005, apenas em 45% dos casos foram em áreas de reforma agrária. No restante, as terras que foram destinadas às famílias eram públicas e não resultantes de desapropriação, sendo que grande parte estava localizada na Amazônia. Segundo Charles Trocate, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a reforma agrária se transformou em mera demonstração de números. "O Plano Nacional de Reforma Agrária foi derrotado ideologicamente na perspectiva de um processo de reforma agrária popular, que significava a vontade histórica dos movimentos sociais. Isso foi derrotado." Segundo Trocate, uma das principais tarefas da reforma agrária é assegurar a biodiversidade do planeta. "A reforma agrária popular é aquela que tornaria os camponeses, os trabalhadores rurais sem-terra, guardiões da biodiversidade. Uma reforma agrária ampla e massiva serve para proteger a biodiversidade. É o camponês que, historicamente e em todas as sociedades, tiveram a tarefa de cuidar da biodiversidade." Segundo o Plano Nacional de Reforma Agrária, o governo federal deveria assentar até o fim deste ano 400 mil famílias. De acordo com os números oficiais, em 2003 e 2004 a meta anual não foi atingida, mas no ano passado a marca foi ultrapassada com mais de 117 mil famílias assentadas. Para os movimentos sociais do campo como a Confederação Nacional de Trabalhadores da Agricultura (Contag) este número não passou de 60 mil. De São Paulo, da Agência Notícias do Planalto, Clara Meireles Fonte: Agência Noticias do Planalto

 

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