Os organizadores ressaltam que o seminário tem por objetivo aprofundar o debate sobre as conseqüências ambientais, econômicas e sociais que a expansão da monocultura das árvores exóticas e a instalação em massa das indústrias papeleiras estão provocando e tendem a se intensificar no Rio Grande do Sul. Dirce Suertegaray, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), destaca o enorme impacto sócio-ambiental que as monoculturas ocasionam no bioma Pampa. "As exóticas consomem muita água e degradam o solo, afugentando animais e comunidades locais", explica. Os aspectos jurídicos e a cobertura da mídia sobre o assunto também serão discutidos.
Além de estudar o tema, o seminário pretende apontar, em conjunto, alternativas econômicas e ambientais à metade sul do Estado. A monocultura do eucalipto é colocada, hoje, pelos governos como alternativa para o desenvolvimento regional. No entanto, as conseqüências para as populações locais são ignoradas. Indígenas do Espírito Santo e camponeses latino-americanos depõem sobre a degradação da natureza e da organização dos povos provocadas pelo setor. Somente no Rio Grande do Sul, a Aracruz, Votorantim e Stora Enso já compraram, juntas, mais de 200 mil hectares para o plantio de exóticas.
Promovem o seminário a Via Campesina do Rio Grande do Sul, Núcleo de Economia Alternativa (Nea/Ufrgs), Pós-graduação da Geografia/ Ufrgs, Pró-Reitoria de Extensão (Prorext/Ufrgs), Marcha Mundial de Mulheres, CUT-RS, Federação dos Metalúrgicos/RS, Federação dos Sapateiros/RS, Federação dos Trabalhadores em Indústrias de Alimentação/RS, Cpers, Conselho Indigenista Missionário (Cimi/RS), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento Nacional de Direitos Humanos/RS, Profetas da Ecologia, Terra de Direitos, AGAPAN, CETAP, Diretório Central dos Estudantes (DCE/ Ufrgs), Diretório da Biologia (DAIB/Ufrgs), Grupo de Apoio à Reforma Agrária (GARA/Ufrgs), Centro Acadêmico do Direito do IPA, ATTAC/Poa, Centro de Educação Popular (CAMP), CECA, CEBI/RS, Fian Brasil, Cáritas/RS, ESTEF, Congregação dos Capuchinhos/RS e as pastorais sociais Operária e Afro do RS.
A programação inclui a discussão dos seguintes temas: "Os impactos sócio-econômicos e ambientais do Deserto Verde; "Os aspectos jurídicos e o papel da mídia na expansão do Deserto Verde"; e "Testemunhos dos impactos do deserto verde na vida dos povos".
Fonte:Adital