Os movimentos sociais que integram a Via Campesina e Sindicatos Rurais realizaram, na manhã dessa segunda-feira (05/09), diversas mobilizações e protestos em vários estados do país. As ações fazem parte da Jornada Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, realizada para protestar contra as medidas anunciadas pelo governo Temer para a Reforma Agrária. As ações da jornada (05/09) se estenderá até o próximo dia 07 de setembro.
Na capital do país, cerca de duas mil pessoas ocuparam o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios. Nos estados da Paraíba, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Comissão Pastoral da Terra (CPT) ocuparam a sede do Incra, na cidade de João Pessoa. Segundo o deputado estadual Frei Anastácio, que apoiou a manifestação, as medidas anunciadas pelo governo Temer estancam a reforma agrária no país. “O governo quer realizar a titulação de todas as terras públicas. Isso beneficiará diretamente os grileiros, em todo o país, e prejudicará os agricultores familiares da reforma agrária e quem ainda lutam por terra. Só na Paraíba, existem mais de quatro mil famílias morando em barracas de lonas a espera de terra para trabalhar e existem mais de cem mil assentados que precisam da assistência do governo”, disse o deputado.
No estado de Alagoas, cerca de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras rurais realizam marchas e atos públicos pelas ruas do Centro da cidade de Maceió, defendendo Reforma Agrária. Já no Alto Sertão do Estado, os camponeses marcham entre Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, com um contingente de duas mil famílias, que exigem o cumprimento de projetos de irrigação prometidos desde 2015. Participam do ato, Fetag-AL, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Via do Trabalho e Terra Livre.
No Rio Grande do Norte, também o Incra foi ocupado na cidade de Natal, capital do estado. Também cerca de 250 famílias ocuparam uma área na Grande Natal. Já no estado de Pernambuco, a sede do Incra, localizado na cidade do Recife, foi ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
As principais pautas de reivindicação apresentada pelos camponeses e camponesas, em caráter nacional, são: contra o Golpe parlamentar vivenciado no Brasil; pelo assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas em todo o país; contra a venda indiscriminada de terras para extrangeiros; em defesa da produção de alimentos saudáveis e de políticas de transição para a agroeocologia; além de infraestrutura no campo, como o fortalecimento de programas estruturantes, assistência técnica e demais programas que garantem a produção da agricultura familiar e camponesa.
CPT NE 2, com informações do MST e da Assessoria de Frei Anastácio/PB.