Chegou ao fim, na tarde dessa quinta-feira (18/08/2016), a 16ª Assembleia da Comissão Pastoral da Terra - Regional Nordeste II, realizada no Santuário do Padre Mestre Ibiapina, na cidade de Solanea/PB. Durante os dias em que estiveram reunidos, os cerca de cem participantes fizeram a memória da resistência e luta das populações camponesas no Nordeste e refletiram sobre as transformações, desafios e alternativas apresentadas pelos/as camponeses/as nordestinos/as no enfrentamento ao latifúndio.
Foi durante a Assembleia que a CPT NE II aprovou e assumiu as linhas prioritárias de ação a serem concretizadas em caráter imprescindível até o ano de 2019, quando será realizada uma nova Assembleia Regional. As linhas de ações reafirmam o compromisso da CPT em enfrentar o latifúndio, os grandes projetos do capital em curso na região e em continuar firme na luta junto às comunidades camponesas na construção da autonomia e na defesa de seus territórios.
A Assembleia elegeu, também, a nova coordenação regional da CPT para o próximo triênio. Foram eleitas as agentes pastorais Vanúbia Martins, de Campina Grande (PB), Tânia Maria de Souza, de João Pessoa (PB) e Heloisa Amaral (AL). Esta é a primeira vez na história da CPT Regional Nordeste 2 em que a coordenação é composta exclusivamente por mulheres.
As linhas prioritárias da CPT NE II definidas na Assembleia seguem abaixo
LINHAS PRIORITÁRIAS DE AÇÃO DA CPT NE II PARA O PERÍODO DE 2017 -2019
1) Alimentar a Mística e a Espiritualidade na construção de “uma nova Terra e um novo Céu, no horizonte do Reino de Deus, “bebendo nas fontes da profecia bíblica e do testemunho dos mártires da terra”.
2) Defender os Direitos das Comunidades Camponesas, das Comunidades Tradicionais, das Comunidades Indígenas e dos Povos Quilombolas, contribuindo com suas alternativas de produção, consumo, autonomia energética e de organização comunitária.
3) Apoiar a Luta pela Terra e pela Reforma Agrária como caminho para a construção e defesa dos territórios e da afirmação da autonomia das comunidades.
4) Aguçar nas crianças e na Juventude a curiosidade do saber, valorizando o fazer e as diferentes capacidades e sensibilidades, na perspectiva de uma mudança radical da sociedade.
5) Comprometer-se em denunciar e enfrentar o modelo capitalista e a atuação das corporações dominantes que, com seus projetos, avançam sobre os territórios camponeses, devastando a natureza e causando várias formas de violência nas comunidades.
6) Trabalhar com o modelo camponês e agroecológico, entendido e assumido como modo de vida e como enfrentamento político ao modelo vigente, fortalecendo os seus princípios: a ética, a espiritualidade, a solidariedade, a produção camponesa, a comercialização em circuitos locais, sempre considerando as relações de gênero, geração, raça e etnia.
Imagens: Plenária final da 16ª Assembleia da CPT Regional Nordeste II
Créditos: Renata Albuquerque/CPT NE 2
