O Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra-PB) afirmou na manhã desta sexta-feira (27) que o coronel Lima Irmão, ex-comandante da Polícia Militar da Paraíba , não é assentado da Reforma Agrária. A declaração é do ouvidor agrário do órgão na Paraíba, Cleofas Ferreira Caju. Ele condenou veementemente a ação violenta da Polícia Militar no final da tarde de quinta-feira no cumprimento de um mandado de reintegração de posse no assentamento Mucatu, em Alhandra, onde o ex-comandante da PM seria o beneficiário.
Diante dessa situação o ouvidor agrário do Incra adiantou que foi criada uma comissão para investigar a forma de como o ex-comandante da PM adquiriu esses lotes. Cleofas Ferreira explicou que o assentamento Mucatu é um projeto de reforma agrária já emancipado onde o Incra tomou todas as providências estruturais com a determinação de cláusulas resolutivas a serem cumpridas pelos assentados.
De acordo com o ouvidor agrário, entre algumas determinações das cláusulas resolutivas os posseiros têm que pagar todas as parcelas e manter a exploração da terra em regime de comunidade familiar. Se isso não cumprido, o imóvel jamais poderá ser alienado e vendido.
Cleófas Ferreira Caju condenou a forma truculenta e violenta de como a Polícia Militar agiu para cumprir o mandado de reintegração de posse. Ele disse o Incra não compactua com ações dessa natureza. “O que a PM fez com essa ação foi simplesmente fazer um favor a um ex-comandante da PM”, enfatizou o ouvidor agrário do Incra.O ouvidor considerou a ação da PM como um abuso de autoridade e o mais agravante é que foi coordenada pelo coronel Josman coordenador do setor de gerenciamento de crise da Polícia Militar e sabe muito bem que esse tipo atitude é condenada pelo Incra. “ A orientação do Incra é que em casos como esse as negociações devem ir ao extremo”.
Cleófas Ferreira denunciou ainda que os posseiros estão sendo ameaçados a venderem os lotes e que estas ameaças parte de empresários interessados em implantar indústrias na área.
Fonte: paraiba.com