Mais de cem trabalhadores e índios tabajaras ocuparam, na manhã desta quinta-feira (26), duas parcelas de terras no assentamento Mucatu, em Alhandra. Segundo o deputado estadual Frei Anastácio (PT), a terra de um ex-assentado da reforma agrária teria sido comprada pelo ex-comandante da Polícia Militar da Paraíba, coronel Lima Irmão há alguns anos para criar gado. Um enviado do INCRA já está na área para investigar o caso.
“Os trabalhadores e os índios descobriram que o coronel estaria vendendo os dois lotes para a Cerâmica Elizabeth, que está planejando implantar uma fábrica de cimento no local. Ao terem informação da transação de possível venda, os trabalhadores e índios realizaram aocupação do local, já que os lotes estão nas mãos do coronel, de forma ilegal, sem nenhum registro no INCRA” informou Frei Anastácio.
Frei Anastácio disse que essa é mais uma ação conjunta, entre trabalhadores e índios, contra a implantação da fábrica de cimento na grande Mucatu,uma área de assentamentos da reforma agrária, que atinge os municípios de Conde, Alhandra e Pitimbu, no litoral sul daParaíba.
A primeira ocupação ocorreu no ano passado, em dois lotes, que teriam sido vendidos por assentados para a cerâmica. Através de decisão judicial, os manifestantes foram despejados,mas permanecem acampados numa área próxima. Os índios alegam que no momento em que terras da reforma agrária são vendidas perdem sua função social. Com isso, os lotes que forem vendidos serão reivindicados por eles, que estão lutando pela demarcação de 10 mil hectares naárea.
Luta na justiça
O deputado explica que além da presença física dos trabalhadores e índios, com apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), o caso ganhou reforço da Funai, Incra e Procuradoria da República. “A Funai nacional já fez gestão para que o processo contra a ocupação da área seja transferido da justiça comum para a justiça federal.
Dessa forma, a Funai quer o embargo da área para evitar qualquer ação de implantação da fábrica, até que a conclusão do processo de demarcação das terras indígenas, cerca de10 mil hectares, que estão sendo reivindicadas pelos tabajaras. O INCRA já tem processo formalizado, para investigar se a transação de compra e venda de dois lotes, entre Elizabeth e assentados e está fazendo levantamento para formalizar processo sobre os lotes do coronel da PM ,”explicou o deputado.
fonte: site paraiba.com