De acordo com o documento entregue pelos pescadores, o Complexo de suape vem promovendo o aterramento do mangue ao longo do estuário do Rio Ipojuca, além de promover consecutivos desmatamentos sem qualquer obediência aos procedimentos autorizativos e sem que seja feita qualquer compensação ambiental para o dano causado à atividade pesqueira e aos pescadores diretamente e indiretamente afetados.
De acordo com o presidente da Associação dos Moradores e Pescadores das Áreas de Mangue de Ipojuca, Hilário da Silva, a indignação das comunidades pesqueira é imensa. Segundo ele, uma das preocupações é a extinsão por completo do pescado na região. “O pescado já está escasso, por causa da intervensão de Suape na área estuarina, e agora com esse projeto, a preocupação aumenta”. O projeto engloba uma área de 1.100 hectares, sendo 900ha de mangue que serão destruidos por Suape e, de acordo com Hilário, isso vai impactar cerca de 30 mil pessoas que trabalham direta ou indiretamente com a pesca no entorno de Suape – pescadores, tanto das áreas de maré quanto de mangue e também os pequenos agricultores da região.
Entre as exigências, os pescadores revindicam que novos estudos, complementares aos já realizados EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) sejam realizados para incluir a avaliação sobre os impactos causados à pesca artensanal e os impactos socio-econômicos para a região, tendo em vista que, o Projeto bilionário de ampliação de Suape não trará benefícios - só prejuizos – para as mais de 30 mil pessoas que vivem da pesca na região. Os pescadores também cobram que Suape apresente os Projetos técnicos de compensação ambiental para os danos causados ao manguezal e à pesca artesanal, indenizações proporcionais ao prejuizos causados pela expansão do Complexo, além de exigir que sejam apuradas as responsabilidades criminais e civis da Empresa. O documento foi entregue para a Coordenadoria de Apoio às Promotorias (Caop) de Meio Ambiente e será encaminhado à Promotoria de meio ambiente de Ipojuca. O caso será discutido entre os órgãos e deverá se tornar uma ação civil pública.“Nós esperamos que o Estado se preocupe não apenas com esse projeto criminoso de Suape, mas também com todas essas famílias que vivem na área e tiram seu sustento da pesca”, afirma Hilário.
Chefe de ficalização do Ibama que era contra a aprovação do Projeto é exonerado do cargo - No início deste mês, o então chefe de fiscalização do Ibama, Leslie Tavares, que era contrário à licença sem que fosse garantido os projetos de compensação, foi exonerado do cargo. Ainda que em nota de esclarecimento o Ibama tenha dito que não há relação entre a posição de Leslie sobre suape e sua exoneração, o Instituto coloca que seu afastamento do cargo se deu por motivos de desalinhamento com a superintente do Instituto. Em nota contra a exoneração do funcionário, tido como referência de compromisso com o meio ambiente, a Comissão Pastoral da Terra externou sua preocupação e indignação com o fato, que revelou o descompromisso institucional do órgão ambiental.
Setor de comunicação da CPT NE 2