A ação, que compôs a Jornada Nacional Unificada de Lutas, representou, para os movimentos sociais do Estado, a unificação da luta da classe trabalhadora do campo e da cidade. Para Plácido Junior, da Comissão Pastoral da Terra e da Via Campesina, “com a intensificação dos efeitos da crise do capital em 2009, as organizações tanto do campo, como da cidade, sentiram a necessidade de se unirem, não apenas para debater a crise, mas também para construir uma alternativa ao modelo atual”.
Os manifestantes se concentraram em frente ao prédio da Companhia Energética de Pernambuco, a Celpe, no centro da cidade, e seguiram, em uma grande caminhada, até o Palácio do Campo das Princesas, onde funciona a sede administrativa do Governo do Estado. Por onde passava, a marcha chamou a atenção da população e fez com que, durante o percurso, muitos trabalhadores e trabalhadoras se somassem à caminhada.
Para intensificar a pressão sobre o Governo Estadual, ao final da marcha, uma comissão formada por representantes dos movimentos sociais urbanos e do campo, entregou um documento contendo um conjunto de exigências para a equipe do governo. Entre os principais pontos de reivindicação estaduais destacam-se a necessidade de medidas contra a criminalização da luta dos movimentos sociais, a desapropriação de áreas onde há conflito por terra iminente no estado, além da garantia dos direitos dos trabalhadores, a redução da taxa de juros e mais investimento em políticas sociais.
A assistente social e integrante da Assembléia Popular no estado, Larisse Rodrigues comenta que “Há muito tempo que não conseguíamos construir lutas unitárias dessa proporção”. De acordo com a assistente social a realização da manifestação indica que o estado inicia um novo processo de mobilização social, a partir dessa consolidação de lutas unificadas.
Marcha por Reforma Agrária chega à cidade - Os trabalhadores rurais sem terra, ligados ao MST, presentes na manifestação, já estavam em marcha desde o último dia 9, quando saíram do município de Pombos, agreste pernambucano, em direção ao Recife. Os trabalhadores rurais caminharam mais de 60 km e, durante os 4 dias de marcha, realizaram debates, intervenções teatrais e exibições de vídeo para dialogar, com a população dos municípios por onde passava, sobre a necessidade da efetivação de um programa de Reforma Agrária para o país.
Setor de comunicação da CPT NE 2