Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

“Quem sonha grande põe os pés na rua”. Foram com essas palavras que mais de quatro mil pessoas saíram em marcha pela cidade do Recife na manhã do último dia 14. Portanto faixas e bandeiras, os manifestantes ocuparam as ruas da capital pernambucana para denunciar os efeitos da crise internacional e propor alternativas para a classe trabalhadora.

A ação, que compôs a Jornada Nacional Unificada de Lutas, representou, para os movimentos sociais do Estado, a unificação da luta da classe trabalhadora do campo e da cidade. Para Plácido Junior, da Comissão Pastoral da Terra e da Via Campesina, “com a intensificação dos efeitos da crise do capital em 2009, as organizações tanto do campo, como da cidade, sentiram a necessidade de se unirem, não apenas para debater a crise, mas também para construir uma alternativa ao modelo atual”.

Os manifestantes se concentraram em frente ao prédio da Companhia Energética de Pernambuco, a Celpe, no centro da cidade, e seguiram, em uma grande caminhada, até o Palácio do Campo das Princesas, onde funciona a sede administrativa do Governo do Estado. Por onde passava, a marcha chamou a atenção da população e fez com que, durante o percurso, muitos trabalhadores e trabalhadoras se somassem à caminhada.

Para intensificar a pressão sobre o Governo Estadual, ao final da marcha, uma comissão formada por representantes dos movimentos sociais urbanos e do campo, entregou um documento contendo um conjunto de exigências para a equipe do governo. Entre os principais pontos de reivindicação estaduais destacam-se a necessidade de medidas contra a criminalização da luta dos movimentos sociais, a desapropriação de áreas onde há conflito por terra iminente no estado, além da garantia dos direitos dos trabalhadores, a redução da taxa de juros e mais investimento em políticas sociais.

A assistente social e integrante da Assembléia Popular no estado, Larisse Rodrigues comenta que “Há muito tempo que não conseguíamos construir lutas unitárias dessa proporção”. De acordo com a assistente social a realização da manifestação indica que o estado inicia um novo processo de mobilização social, a partir dessa consolidação de lutas unificadas.

Marcha por Reforma Agrária chega à cidade - Os trabalhadores rurais sem terra, ligados ao MST, presentes na manifestação, já estavam em marcha desde o último dia 9, quando saíram do município de Pombos, agreste pernambucano, em direção ao Recife. Os trabalhadores rurais caminharam mais de 60 km e, durante os 4 dias de marcha, realizaram debates, intervenções teatrais e exibições de vídeo para dialogar, com a população dos municípios por onde passava, sobre a necessidade da efetivação de um programa de Reforma Agrária para o país.


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