O presidente da Vale, Roger Agnelli, declarou no último final de semana que tem conversado com o presidente Lula sobre a flexibilização temporária das leis trabalhistas. Segundo Agnelli, esta flexibilização faria parte de um conjunto de medidas de exceção para enfrentar a crise. O intuito, diz ele, é “ganhar tempo até que a situação melhore” e tudo volte ao normal. O presidente do Sindicato dos Ferroviários do Espírito Santo e Minas Gerais, João Batista Cavaglieri, afirmou que nenhuma medida destas será aceita sem que a empresa abra suas contas e mostre sua real situação para os trabalhadores. Para Cavaglieri, uma empresa como a Vale, que tem muita importância para o Brasil, não pode, na primeira investida da crise, dar o exemplo de ataque aos trabalhadores.
“Se é um momento de exceção, a empresa tem que ter um momento de exceção no relacionamento dela com o sindicato, ser bem transparente, bem clara. A empresa divulgou em seus balanços R$ 15 bilhões de lucro em caixa. Então, a empresa está disposta a gastar quanto disso? Porque, o que corre no meio dos trabalhadores é o seguinte: Demos lucro até agora, quer dizer, sobrou muito dinheiro para os acionistas. E em um momento desses, nós vamos continuar pagando essa conta? Como você quer pegar empréstimo no BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], como saiu na imprensa, e você não contribui num momento de dificuldade do país?”
Cavaglieri disse que ainda não foi informado sobre estas medidas, mas supõe que esta flexibilização consista na suspensão de contratos por um período, colocando os trabalhadores em treinamento. Assim, a empresa paga o salário de todos, mas se desonera do INSS, FGTS e 13° salário, por exemplo.
Fonte: Radioagencia NP
Presidente da Vale pede flexibilização das leis trabalhistas
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