Sete Estados sofrem com a falta d\'água; abastecimento dos moradores das áreas atingidas depende de carros-pipa
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Sem chuva e com os plantios destruídos, sertanejos estão sem alimento. No Piauí, onde o governo decidiu antecipar o decreto de situação de emergência em 60 municípios para solicitar ajuda federal, o Estado já distribuiu 28 mil cestas básicas em cidades como Acauã e São Julião, onde a seca provocou perdas de 80% nas safras de milho e feijão.
No Ceará, onde a estiagem afeta 55 municípios, 30 cidades estão em situação de emergência. Carros-pipa contratados pelo Exército atendem 18 localidades. Em outras 25, o socorro é feito pelas prefeituras.
No Estado, a pior situação está no sudoeste. Em Antonina do Norte (512 km de Fortaleza), não chove desde maio. O único açude da localidade está com 29,9% da sua capacidade de armazenamento.
Cirurgias
Na Bahia, há duas semanas 24 cirurgias marcadas em um hospital de Itabuna foram canceladas ou transferidas para outras unidades, por falta de água. Nas paredes do Hospital Manoel Novaes, pelo menos cinco cartazes pedem para que todos economizem água.
Dos 417 municípios baianos, 88 estão em situação de emergência. Outras 42 cidades que também sofrem com os efeitos da seca tiveram o decreto assinado pelo governador Jaques Wagner (PT) expirado.
Segundo a Defesa Civil do Estado, o governo já construiu 8.000 cisternas para amenizar os problemas, que afetam aproximadamente 800 mil pessoas.
Só em dezembro
Em Pernambuco, 390 mil pessoas sofrem com a estiagem. Prefeitos de 48 dos 184 municípios do Estado já decretaram situação de emergência. Em Alagoas, 29 prefeituras também estão em situação emergencial devido à seca.
A situação se repete em nove cidades de Sergipe e em mais 27 do Rio Grande do Norte, onde os militares socorrem com carros-pipa 24 localidades.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia em Recife, só deve chover no semi-árido no final de dezembro.
De acordo com o chefe do setor de meteorologia, Ednaldo Correia de Araújo, a estiagem nesta época do do ano é considerada normal para a região. (FÁBIO GUIBU, KAMILA FERNANDES e LUIZ FRANCISCO)