Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Os representantes de comunidades de 24 estados participaram da marcha na segunda-feira (07) em Brasília. Os quilombolas saíram do Museu da República e seguiram pela Esplanada dos Ministérios.

“A gente não tem onde trabalhar, a gente não tem onde criar, a gente não onde plantar, a gente não tem onde buscar porque as nossas terras estão todas nas mãos dos latifundiários”, reclama a quilombola Djanira Silva.

Cerca de 600 remanescentes de quilombos percorreram dois quilômetros ao ritmo africano e fizeram oração ao chegar a Praça dos Três Poderes. Em seguida, tentaram ocupar a rampa do Supremo Tribunal Federal, mas foram impedidos pelos seguranças. Depois, foram ao Palácio do Planalto. Alguns manifestantes tentaram passar pelo cerco.

Os quilombolas querem a demarcação e os títulos das terras onde vivem. Eles reclamam da falta de estrutura nas comunidades. A maioria não tem escola e postos de saúde. Por isso, o movimento criou uma comissão formada por representantes de várias regiões do país, que levou as reivindicações para o Palácio do Planalto.

Outra reivindicação apresentada é ter um representante no comitê gestor formado por vários ministérios para discutir políticas sociais, inclusive a dos quilombolas.

A comissão foi recebida pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Foram duas horas de negociação. Os pedidos já haviam sido feitos há dois meses.

“A gente não teve toda a pauta atendida. Mas pelo menos parte da pauta, que é a principal. A gente estava reivindicando a possibilidade de criar uma diretoria de quilombo dentro do Incra para tratar especificamente da regularização fundiária quilombola e isso foi dada uma resposta favorável de que é possível”, diz Maria Rosalina, da Comissão Nacional dos Quilombolas.

08/11/2011 06h31

 

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