Em um esforço para dar visibilidade às lutas populares em defesa dos biomas brasileiros e das comunidades que neles vivem, foi lançada nessa quinta-feira, 24, a publicação "Coleção Corredores Bioculturais do Brasil", no Recanto do Pescador, em Olinda (PE). O evento foi realizado pelo Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP) em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT) Regional Nordeste 2, o Observatório Nacional de Justiça Socioambiental (OLMA) e o Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental (FMCJS).
Setor de comunicação da CPT NE2
O lançamento contou com uma mesa de diálogo composta por Dom José Altevir da Silva, bispo da prelazia de Tefé (AM) e atual presidente do CPP, Ângelo Zanré e Benoni Codácio, da CPT, e Andreia Souza, assessora do CPP. Na ocasião, os integrantes da mesa falaram sobre as motivações para a realização da Coleção e compartilharam relatos sobre as ameaças enfrentadas pelos biomas, destacando o impacto da exploração predatória e as mudanças climáticas. Também discutiram sobre as lutas populares na defesa dos biomas e as iniciativas comunitárias que buscam preservar esses ecossistemas ameaçados. Além disso, os participantes refletiram sobre como as comunidades – indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, camponeses e ribeirinhos – desempenham um papel essencial na proteção do meio ambiente, e reforçaram a necessidade de articular as lutas locais e comunitárias para enfrentar esses desafios.
Coleção Corredores Bioculturais do Brasil - Composta por sete livretos, a coleção aborda os biomas brasileiros (Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal, Pampa e Costeiro-Marinho) e traz uma leitura popular e comunitária dos principais desafios e ameaças enfrentados em cada um deles. Além de alertar para a degradação ambiental, as publicações apresentam as estratégias de resistência e as ações de preservação que têm sido conduzidas pelas populações locais.
Os biomas brasileiros, embora diversos e únicos, estão interconectados por corredores bioculturais - áreas que ligam ecossistemas e promovem a continuidade da vida e das culturas que dependem deles. Essa visão, baseada na Ecologia Integral, reflete a importância da integração entre natureza e cultura, onde a preservação da biodiversidade também garante a sobrevivência dos modos de vida tradicionais, como os das populações indígenas, quilombolas, pescadores e camponesas.
Confira a Coleção Corredores Bioculturais do Brasil