Entretanto, o relatório constatou que, apesar da maioria dos países possuírem leis que tipificam o trabalho forçado como um delito grave, o fenômeno ainda persiste. "Isto [o trabalho forçado] só pode ser combatido através de políticas e programas integrados que combinem medidas de cumprimento efetivo das leis com iniciativas proativas de prevenção e proteção, capacitando as pessoas em risco de trabalho forçado a defender seus próprios direitos", explica o estudo.
No último Relatório Global, publicado em 2005, a OIT apresentou dados que demonstram o trabalho forçoso como um problema mundial. "Em todo o mundo há uns 12,3 milhões de pessoas vitimas de alguma forma de trabalho forçoso ou em servidão. Dessas, 9,8 milhões são exploradas por agentes privados, e destas últimas mais de 2,4 milhões estão submetidas ao trabalho forçoso como consequência do tráfico de pessoas", apresenta.
Segundo o relatório, América Latina e Caribe apresentam umas das cifras mais elevadas de vítimas, com 1,3 milhões, perdendo somente para a Ásia, em que foram registrados 9,4 milhões de casos. Tais números são elevados devido ao lucro gerado aos empregadores. Somente no tráfico de pessoas, de acordo com o estudo, os lucros anuais passam de 32 milhões de dólares dos Estados Unidos.
No Brasil
A OIT aproveita o relatório para mostrar o perfil das pessoas submetidas a esse tipo de trabalho no Brasil. Hoje, após 121 anos da Lei que abolia a escravidão, a Lei Áurea, o problema do trabalho forçado ainda persiste. Segundo um dos estudos da Organização, a maioria das vítimas desloca-se constantemente dentro do país e começa a trabalhar antes dos 16 anos de idade.
Dos 121 entrevistados na pesquisa, 48 trabalhadores haviam sido chamados através de um amigo ou conhecido e 33 através de um agente de recrutamento ou diretamente no estabelecimento rural. O estudo destaca ainda que grande parte dos trabalhos forçados no país estava ligada às atividades ilegais que causam o desmatamento da floresta amazônica.
Fonte: Adital Notícias