O problema do trabalho escravo ainda resiste no Brasil. Esta realidade pode ser vista nos números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). De acordo com o órgão, em 2008, aproximadamente 4,6 mil trabalhadores foram libertados de condição análoga à escravidão em 133 operações realizadas pelos fiscais do MTE. O estado de Goiás liderou a lista com 867 libertações. O Pará ficou em segundo, com 741 libertações, seguido do estado de Alagoas, com 656 e Mato Grosso, com 519. De acordo com o coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Frei Xavier Plassat, o levantamento é preocupante, tendo em vista que, desde 2002, os números se mantêm na faixa de quatro a seis mil libertações anual. O religioso ainda afirma que este número pode aumentar, pois algumas delegacias regionais do trabalho não enviaram o relatório final.
“Estamos descobrindo novas ocorrências de trabalho escravo em regiões que até então não entravam no registro de trabalho escravo no Brasil. Observamos que houve crescimento na Região Centro-Oeste. Isto sinalizou que algumas atividades onde não fazíamos fiscalização acabaram entrando na lista. Falo especificamente dos canaviais. Nos últimos anos forneceram a metade dos trabalhadores resgatados de condições de escravidão”.
O setor sucroalcooleiro liderou o ranking de libertações com mais de 2,1 mil trabalhadores libertados, seguido da pecuária bovina, com 954 pessoas. Desde 1995 – ano que o grupo móvel do MTE iniciou os trabalhos – mais de 30 mil trabalhadores já foram libertados. O Ministério do Trabalho divulga semestralmente a “lista suja” do trabalho escravo com nomes de empregadores que utilizam essa mão de obra escrava. Na última, divulgada no mês de dezembro, consta o nome de mais de 200 empregadores.
De São Paulo, da Radioagência NP, Danilo Augusto.
Trabalho escravo resiste no Brasil
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