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Em entrevista, Kelli Mafort da direção nacional do MST, fala sobre o ano que chega ao fim e analisa as projeções para o próximo período
O ano termina tendo como marca o avanço da extrema direita, simbolizado dentre outras coisas pela vitória de Jair Bolsonaro nas urnas, mas 2018 também foi marcado pela resistência e pela luta dos movimentos populares, em especial o MST. Para falar sobre o esse cenário e analisar as projeções para o próximo período conversamos com Kelli Mafort, da direção nacional do MST, para ela: “em 2018 ficaram evidentes as consequências do golpe. Isso pôde ser visto no sucateamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), nos cortes orçamentários de política públicas importantes como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e no recuo de algumas prefeituras diante da legislação do Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar) que garante que 30% da alimentação escolar seja advinda da agricultura familiar.
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No ano que se encerrou, os povos da Terra, das Águas e das Florestas viveram a porção de um tempo ainda mais triste que está por vir. Em 2018, segundo dados parciais da Comissão Pastoral da Terra, o índice[1] de famílias despejadas foi 65% maior do que o ano anterior e os recursos destinados à Reforma Agrária e às políticas públicas para o campo chegaram ao ápice do sufocamento. 2018 também foi o ano de consolidação da tendência de privatização de terras públicas e o ano em que o poder privado se sentiu autorizado a promover o terror no campo, estando envolvido em 81% dos conflitos por terra e por água no país. Em síntese, 2018 foi de domínio violento do agrohidronegócio e do latifúndio no campo brasileiro.
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Aconteceu na tarde dessa terça-feira, 18/12, o Encontro de Mulheres Camponesas da Zona da Mata Norte de Pernambuco, que teve como objetivo debater sobre a “autonomia das mulheres na agroecologia”. Participaram da atividade cerca de 30 mulheres que vivem em algumas comunidades acompanhadas pela Comissão Pastoral da Terra na região: Sirigi, Belo Horizonte e Água Branca, localizadas no município de Aliança, e Ismael Felipe, Nova Canaã e Chico Mendes, localizadas no município de Tracunhaém.
O Encontro foi realizado no sítio de uma das moradoras da comunidade de Chico Mendes, Maria Miriam da Silva, que possui diversas iniciativas de produção agroecológica em seu quintal produtivo. Na ocasião, a camponesa contou para as participantes sobre sua história de vida, mostrou como desenvolve suas experiências, sua pequena unidade de beneficiamento da macaxeira e falou como é sua rotina no sítio para conseguir manter sua produção.
Segundo Miriam, quando se separou do esposo, e foi morar com seus filhos no assentamento, não sabia nada de agricultura, mas foi aprendendo com as dificuldades e nunca desistiu, pois precisava sustentar a família. Como uma forma de superar os desafios, Miriam decidiu incorporar práticas agroecológicas à sua produção. Hoje, é possível encontrar ao redor de sua casa várias práticas, como a produção de biofertilizantes, de defensivos naturais, de mudas, o beneficiamento da macaxeira, com a produção da goma, massa de beiju, entre outros produtos. “Hoje produzo para o consumo e para vender na feira”, ressalta.
Após conhecer a experiência de construção de autonomia através da agroecologia mostrada por Miriam, as participantes também puderam relatar sobre suas experiências, sobre os desafios e dificuldades que enfrentam e sobre o que há em comum em suas histórias de luta para conquistar a terra e para viver nela. As camponesas também debateram sobre a invisibilidade e a desvalorização de seus trabalhos e sobre a luta para combater o patriarcado, que enxerga as mulheres como incapazes de serem protagonistas de suas próprias histórias.
Com tais reflexões, as mulheres perceberam que são verdadeiras sementes que germinam e dão frutos em suas famílias, na comunidade e na sociedade, pois são exemplos de inspiração e de coragem por lutarem por seus sonhos e por combaterem as desigualdades sociais e de gênero. O encontro foi encerrado com uma grande confraternização e partilha de alimentos feitos pelas próprias agricultoras. A realização dessa atividade contou com o apoio das mulheres camponesas, da Comissão Pastoral da Terra e de AMU - Ação para um Mundo Unido.
Não somos invisíveis!
Nós podemos!
Nós somos capazes!
“ Sem feminismo não existe agroecologia!”
Marilene Vieira Barbosa, equipe CPT Mata Norte, e setor de comunicação da CPT NE 2
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