Edivaldo Pereira dos Santos, 53 anos, foi morto em frente à sua casa, quando saía para trabalhar na roça, por volta das 5h40. De acordo com pessoas da comunidade, 6 homens encapuzados chegaram de motos e dispararam contra o senhor.
O engenho São Bento é uma área de conflito envolvendo 43 famílias de posseiros e posseiras e a empresa 3R, pertencente à Usina São José. As famílias, que vivem há décadas na comunidade, desde o ano passado estão sofrendo ameaças de expulsão por parte da empresa 3R. Os moradores e moradoras da localidade estão aflitos e temerosos sobre a própria segurança.
Embora se trate de uma área de conflito agrário, ainda não há informações suficientes para afirmar que o crime ocorrido se relacione com o litígio possessório.
A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a FETAPE estão acompanhando o caso e prestando solidariedade à família e à comunidade. As organizações sociais cobram uma investigação séria e isenta por parte dos órgãos do Estado, independentemente do caso ter relação com o conflito agrário ou não. Além disso, pedem que o governo de Pernambuco adote medidas preventivas para monitorar e preservar a segurança da comunidade enquanto a investigação se desenvolver.
Trabalhador é assassinado no Engenho São Bento – Itambé/PE
Hoje, 23 de fevereiro de 2024, o trabalhador Edivaldo Pereira dos Santos, 53 anos, foi assassinado brutalmente no engenho São Bento, Itambé, por volta das 5h40, em frente à sua casa quando saía para trabalhar em sua roça. Segundo pessoas da comunidade, 6 homens encapuzados chegaram de motos e dispararam contra o trabalhador.
O engenho São Bento é uma área de conflito envolvendo 43 famílias de posseiros e posseiras e a empresa 3R, pertencente à Usina São José. As famílias, que vivem há décadas na comunidade, desde o ano passado estão sofrendo ameaças de expulsão por parte da empresa 3R. O caso está sendo acompanhado pela Comissão de Estadual de Acompanhamento aos Conflitos Agrários – CEACA, pelo Ministério Público de Pernambuco – MPPE, através da Promotoria da Função Social da Propriedade Rural, pelo Instituto de Nacional de Colonização Reforma Agrária – INCRA e pelo Instituto de Terras de Pernambuco – ITERPE.
No dia 15/02/2024, foi realizada, no Ministério Público de Pernambuco, uma audiência extrajudicial para tratar do conflito, momento este que a empresa não compareceu. Na ocasião, os posseiros e as posseiras denunciaram que são impedidos de fazerem seus roçados e que supostamente havia policiais trabalhando como seguranças da empresa 3R, pertencente ao grupo Usina São José, em uma guarita montada em parte do engenho.
No dia 19/02/2024, famílias viram um táxi de Jaboatão circulando pela comunidade. No dia 20/02/2024, as famílias afirmam que receberam a visita da corregedoria da polícia. No dia 22/02/2024, segundo pessoas da comunidade, um automóvel de marca Toyota Hilux, de cor branca, circulou pela comunidade por volta das 20h. Hoje, 23 de fevereiro, o Sr. Edivaldo foi assassinado.
Embora se trate de uma área de conflito agrário, ainda não recebemos informações suficientes para afirmar que o crime ocorrido se relacione com o litígio possessório.
Entendemos que apenas uma investigação séria e isenta por parte dos órgãos do Estado poderá apurar quais as motivações e responsáveis pelo assassinato do Sr. Edivaldo Pereira dos Santos. É o que estamos reivindicando às autoridades competentes. As famílias da comunidade de São Bento estão aflitas e bastante preocupadas com o ocorrido e temerosas sobre a própria segurança. Por isso, também solicitamos ao governo que adote medidas preventivas para monitorar e preservar a segurança da comunidade enquanto a investigação de desenvolver.
Comissão Pastoral da Terra - CPT
Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras na Agricultura de Pernambuco - FETAPE