Em janeiro de 2023, um grave conflito fundiário atingiu a comunidade do Engenho São Bento, em Itambé-PE, onde vivem 43 famílias de agricultores e agricultoras posseiras. Sem aviso prévio, a Usina São José enviou seguranças armados e tratores para destruir as lavouras e expulsar as famílias das terras em que vivem há mais de 50 anos. A ação violenta e arbitrária gerou revolta e indignação entre os camponeses e camponesas, que desde então lutam cotidianamente pelo direito à permanência na terra. Para marcar um ano de resistência a esse conflito fundiário, as famílias realizaram ontem, 14, uma celebração em memória da luta pela terra.
Setor de comunicação da CPT NE2
Na ocasião, as famílias deram testemunhos sobre a violência enfrentada e sobre o valor da organização comunitária para garantir o sonho da terra partilhada. A celebração também foi marcada pela solidariedade e presença de outras comunidades que vivem situações semelhantes na zona da mata pernambucana, como Congo, Fervedouro, Canoinha, Couceiro, Barra do Dia e Padre Tiago, além de organizações que apoiam a luta da comunidade, como a CPT, a Fetape, o Crefep, o Movimento das Comunidades Populares (MCP) e o vereador e advogado popular Ronaldo Fernandes. Para encerrar o momento, as famílias organizaram um almoço coletivo repleto de fartura com frutos da terra. A celebração, marcada pela mística da memória, foi mais uma ação que contribui para fortalecer os laços de união e esperança entre as famílias e para reafirmar o compromisso com a luta pela reforma agrária.
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