Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Acampados na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Recife, desde a manhã de hoje 01/10, os cerca de cem camponeses e camponesas estão, neste momento, sendo recebidos pelo corpo técnico do órgão. As famílias são posseiras e reivindicam a desapropriação dos imóveis em que vivem há mais de setenta anos. Todas encontram-se sob ameaça de despejo ou expulsão provocados por Usinas de cana-de-açúcar, ou já falidas ou que possuem dívidas milionárias a serem pagas ao Estado.

São alguns casos os posseiros da comunidade do Una, em Moreno/PE, cujas terras pertencem oficialmente à já falida Usina Bulhões. Essas famílias reivindicam desde 2011 - quando passaram a receber ameaças de expulsão por parte do proprietário - a desapropriação do imóvel. Outras comunidades que reivindicam a Reforma Agrária são as do Engenho Fervedouro, Barro Branco e Caixa D'Água, localizadas no município de Jaqueira, zona da mata sul do estado. Essas comunidades vivem há mais de 70 anos no local e agora enfrentam ameaças de cumprimento irregular de reintegração de posse, que coloca em risco todas as comunidades.

Essas terras pertencem oficialmente à antiga Usina Frei Caneca, que parou de cultivar no imóvel há mais de dez anos. Atualmente, as dívidas desta empresa ultrapassam a casa dos 130 milhões de reais (dívidas de FGTS, previdenciárias e tributárias não previdenciárias, Dívida Ativa do Estado de Pernambuco. A Frei Caneca também figura entre os 100 maiores devedores da Justiça do Trabalho de Pernambuco, com base no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT).
Além dessas, outras comunidades posseiras impactadas por Usinas de Cana-de-açúcar do estado também estão no local para reivindicar a vistoria dos imóveis.

Mais informações em breve.

Por CPT NE2

 

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