Na manhã deste domingo, dia 01 de setembro, cerca de 70 famílias de trabalhadores rurais ligados ao MST e à CPT ocuparam a casa grande do Engenho Una, pertencente à Usina Bulhões, localizado no município de Moreno/PE. As famílias reivindicam a desapropriação das terras para fins de Reforma Agrária.
Segundo relatos, a Casa Grande estava servindo de local para a milícia privada da Usina Bulhões se reunir e intimidar os moradores que vivem no Engenho Una. De acordo com informações recebidas, uma arma espingarda calibre 12 foi encontrada no local e uma das lideranças que vivem no Engenho já recebeu ameaças após a ocupação. Horas depois das famílias entrarem na Casa Grande, três viaturas da Polícia se dirigiram ao local, junto com o proprietário da Usina Bulhões, mas até o momento, as famílias encontram-se resistindo e acampadas no local.
Desde o início do ano, a área em questão, o Engenho Una, tem sido palco de um intenso conflito entre as famílias moradoras do Engenho, quase todas nascidas e criadas no local, e a Usina Bulhões, proprietária do local. A situação de conflito na área já foi alertada e é de conhecimento dos órgãos governamentais desde dezembro de 2011, quando os moradores, em conjunto com a CPT, reivindicaram do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) a desapropriação do imóvel para fins de Reforma Agrária.
Contudo, as ações de violência por parte da Usina foram intensificadas a partir de maio. Três lideranças do Engenho já sofreram ameaças. Para os moradores, a intensificação da violência por parte da Usina é uma forma de expulsar os moradores do local e evitar a organização das famílias no processo de reivindicação do direito a Terra. De acordo com um dos trabalhadores, que preferiu não se identificar por receio de retaliações, desde a última sexta-feira a Usina intensificou a presença de milícia privada no Engenho, causando ainda mais intimidação e revolta entre as famílias. “Esta ocupação está sendo muito importante. É a possibilidade de sairmos da escravidão que a gente vivia antes para viver livremente. Será a nossa liberdade”, responde o trabalhador.
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