Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Uma comissão de trabalhadores e trabalhadoras rurais, moradoras do Engenho Una, se reúnem neste momento, (tarde de segunda-feira, dia 04/03) com o Superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agraria (Incra), em Recife/PE, Luiz Haroldo. O objetivo do encontro é cobrar do Incra agilidade no processo de desapropriação do Engenho, visto a intensificação das ameaças, e perseguições contra os trabalhadores rurais ocorrida nesta última semana. O Engenho, que está localizado no município de Moreno/PE, pertence a Usina Bulhões e desde 2011 seu processo de desapropriação encontra-se paralisado no Incra.

 

Mesmo vivendo situações de violações de direitos humanos desde 2011, as ações de violência por parte da Usina Bulhões foram intensificadas nesta última semana. No último dia 27, funcionários da Usina interditaram todas as vias que dão acesso ao Engenho e de acordo com os moradores, circulam no Engenho cerca de 20 seguranças privados da Usina. “A noite eles andam encapuzados”, afirma uma moradora do Engenho, que preferiu não se identificar. “As famílias já não conseguem mais dormir a noite e ninguém tem coragem de sair de casa", completa. Ainda de acordo com a denuncia dos moradores, os capangas deram tiros durante toda a madrugada da sexta para este sábado, dia 02 e na noite de ontem, dia 04, pararam e revistaram um ônibus que trazia, da Escola de volta para casa, as crianças e jovens do Engenho. Três lideranças da comunidade já sofreram ameaças e por segurança, tiveram que ser retiradas do Engenho.

 

Para os moradores, a intensificação da violência por parte da Usina é uma forma de expulsá-los do local, onde vivem há mais de 50 anos, e evitar a organização das famílias no processo de reivindicação do direito a Terra. “Nós esperamos que o Incra nos dê uma decisão. Esta situação de pressão e violência só vai ser resolvida quando a terra for desapropriada”, destaca uma das moradoras do Engenho.

 

Amanhã, dia 05 de março, está agendada uma reunião com Aluísio Lessa, secretário de Articulação Social e Regional do Estado para cobrar proteção e segurança às famílias do Engenho Una. Estes últimos episódios de violência também já são de conhecimento da Secretaria de Direitos Humanos, do Ministério Público de Pernambuco e do Iterpe. O Desembargador Gercino Filho, da Ouvidoria Agrária Nacional já encaminhou um pedido de seguranças em caráter de urgência às famílias do Engenho, mas até o momento as famílias encontram-se vulneráveis e propensas as ações de violência anunciada pela Usina.

 

Outras informações:

Plácido Júnior

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