Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Cerca de 2.600 mulheres trabalhadoras rurais embarcaram, na tarde deste domingo, de todas as regiões do estado para a 4ª Marcha das Margaridas. A mobilização, que acontecerá em Brasília, nos dias 16 e 17 de agosto, tem como tema “2011 Razões para Marchar por Desenvolvimento Sustentável com Justiça, Autonomia, Igualdade e Liberdade”.

 

A expectativa da organização nacional é reunir 100 mil mulheres na capital do País. Os ônibus que saem de Pernambuco têm um encontro marcado com as delegações dos outros estados nordestinos, antes de chegar a Brasília, nesta segunda-feira, no município de Barreiras, na Bahia, às 16h. Lá, acontecerá um ato político, que reunirá milhares de mulheres de toda a região. A Marcha das Margaridas, que é a maior mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta do Brasil, apresenta, este ano, uma pauta com 158 reivindicações trabalhadas a partir dos seguintes eixo centrais: biodiversidade e democratização dos recursos naturais – bens comuns; terra, água e agroecologia; soberania e segurança alimentar e nutricional; autonomia econômica, trabalho, emprego e renda;  saúde pública e direitos reprodutivos; educação não sexista, sexualidade e violência; e democracia, poder e participação política.

 

Sobre a Marcha

Lançada no ano 2000, a Marcha das Margaridas reafirma a presença das mulheres trabalhadoras rurais na luta por melhores condições de vida e trabalho no campo e contra todas as formas de discriminação e violência contra a mulher. A manifestação já trouxe conquistas significativas para a categoria rural, como a criação de programas políticas públicas voltados para o acesso das mulheres a terra, assistência técnica, crédito, políticas sociais e direitos de cidadania. A Marcha tem esse nome como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, que é um grande símbolo da luta das mulheres por terra, trabalho, igualdade, justiça e dignidade.

Margarida rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, estado da Paraíba. À frente do sindicato fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária. Margarida Alves foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 12 de agosto de 1983.

A mobilização em Pernambuco - O processo político de preparação das mulheres para a Marcha, em Pernambuco, já vem sendo trabalhado pelas organizaçoes sociais do campo, como a Fetape, desde o ano passado, com oficinas temáticas para o aprofundamento dos eixos centrais da mobilização e com o envio das contribuições do estado na preparação da pauta de reivindicações.

 

Com informações do Diário de Pernambuco

 

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