Na última quarta-feira, 12, 11 lideranças camponesas de 05 municípios do territórios do Curimataú, na Paraíba, reuniram-se no secretariado de Pastoral da Diocese de Campina Grande, articuladas para mais um momento de troca de conhecimento do fórum denominado "Coletivo Curimataú".
Os/as participantes da atividade debateram a conjuntura local. Em suas falas, as pessoas trouxeram a reflexão de como as políticas públicas que chegam às comunidades têm sido a conta-gotas, enquanto os grandes projetos de geração de energia estão ocupando o território. A reflexão foi e continua sendo a seguinte: reduzindo áreas de agricultura e de Caatinga, desmatando as serras onde vivem a maioria das famílias agricultoras, como garantir segurança alimentar?
Nesta mesma reunião, foi elaborado um breve levantamento da produção da agricultura familiar camponesa que apontou o quão grande é a produção que pode desaparecer em decorrência da implantação dos empreendimentos de energias renováveis.
No município de Cuité, por exemplo, neste ano de 2024, as 3800 famílias camponesas terão uma safra de aproximadamente 280 mil toneladas de feijão macassar (feijão de corda), sem contar com a produção de feijão mulatinho, fava e milho. Essa produção abastece o estado da Paraíba e outros seis estados articulados ao fórum.
Realizada no Dia de Santo Antônio - aquele que trazia prece e pão para os pobres, a atividade do Coletivo Curimataú busca fortalecer a agricultura agroecológica enquanto resistência e um contrapondo aos grandes empreendimentos com um modelo que coloca o lucro acima da vida.
Foto: Vanúbia Martins