Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Na última segunda-feira, 18 de setembro, aconteceu a mesa redonda intitulada “Direito, energia renovável e a crise no Brasil”, realizada pela Unidade Acadêmica de Geografia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba. Vanúbia Martins de Oliveira, da equipe de formação da CPT e agente pastoral esteve ao lado do professor Dr. Luís Gustavo de Lima Sales para falar sobre o tema.

O debate foi exibido on-line e está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ssgGXhNbm50

No evento, foram discutidas temáticas referentes à crise energética vivenciada no Brasil. De um lado, considera-se a maior crise hídrica do país nas últimas nove décadas, marcada pela escassez de chuvas e a diminuição do nível dos reservatórios das hidrelétricas. De outro, outras crises em torno da expansão dos empreendimentos eólicos e fotovoltaicos que avançam e se especializam no espaço do Semiárido brasileiro.

Tais empreendimentos estão destruindo a vegetação e os solos, ameaçando os modos de vida camponeses e o direito à permanência na terra, causando danos a cisternas de armazenamento de água potável e violações aos direitos humanos. Existem, ainda, os efeitos nocivos à saúde das pessoas e animais devido ao barulho perturbador das torres de aerogeradores e o aquecimento causado pelas placas fotovoltaicas.

Em suas considerações finais, o professor Dr. Luís Gustavo defendeu a abertura de um debate livre e democrático sobre as diversas alternativas energéticas para o estado e para o país.

“A questão não é estar contra a implantação dos parques eólicos e das usinas solares nos territórios que, dentro de uma perspectiva global, a substituição da geração de energias fósseis finitas por energias renováveis e "limpas" é fundamental no aspecto do aumento da temperatura do planeta terra e das mudanças climáticas. A questão gira em torno do conhecimento sobre os impactos positivos e, principalmente, negativos em escala local, devem ser discutidos, conhecidos, debatidos”, disse.

Vanúbia Martins, da CPT, apresentou diversas informações sobre os impactos dos parques eólicos nas comunidades camponesas paraibanas e na natureza. Ela ressaltou a necessidade de observar a realidade e vinculação das famílias camponesas (povos e comunidades tradicionais) com a sustentabilidade, reconhecer quem faz a produção e comercialização de alimentos e apresentou a proposta da produção de energia descentralizada – para tanto, é preciso vontade política e respeito aos processos locais.

 

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