Cento e cinquenta assentados da reforma agrária, representantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e membros do Fórum em Defesa do Rio Paraíba, retiraram por conta própria duas escavadeiras que estavam retirando areia do rio, no assentamento Dona Helena, em Cruz do Espírito Santona manhã desta quinta-feira (22).
Os trabalhadores e trabalhadoras rurais obrigaram os maquinistas das dragas a colocar, de volta ao rio, uma grande quantidade de areia que estava pronta para ser vendida. A ação faz parte das comemorações do Dia Mundial das Águas, que contou ainda com uma caminhada e um ato público em Cruz do Espírito Santo, em defesa dos mananciais.
O Deputado Estadual Frei Anastácio, que esteve presente durante a ação informou que a retirada indiscriminada de areia naquela área, já acontece há 16 anos. “As consequências disso são graves. Uma delas é que o curso do rio foi desviado em direção a cidade de Cruz do Espírito Santo. O rio também ficou sem as proteções naturais e quando há uma enchente a água provoca inundações nas cabeceiras e áreas próximas e causam estragos, como aconteceu com a ponte da Batalha, que foi destruída no ano passado”.
Para Tânia Souza, da coordenação regional da CPT, a atividade teve como principal objetivo denunciar às autoridades e a sociedade os impactos ao meio ambiente que as Empresas estão causado na região, além de ser um momento pedagógico que envolveu os trabalhadores e trabalhadoras rurais na devesa do meio ambiente e das águas.
A retirada de areia provocou o desaparecimento de muitas espécies de peixes que habitavam no rio. Uma delas é o peixe papa-areia, que não existe mais no Paraíba. Outra consequência é a inexistência da mata ciliar ( vegetação nas laterais do rio) que foi totalmente destruída. “Como as autoridades e os órgãos ambientalistas não agem, os trabalhadores estão tomando providências para chamar a atenção para esse problema tão sério”, disse Frei Anastácio.
Ação em São Miguel de Taipú
Uma ação semelhante a essa desta quinta-feira, foi realizada no final do ano passado, em São Miguel de Taipú. Lá, trabalhadores ruras, coordenadores da CPT – Comissão Pastoral da Terra -, e componentes do Fórum de Defesa do Rio Paraíba decidiram, por contra própria, expulsar os trabalhadores de duas empresas que retiravam areia do rio Paraíba, na área, sem licença para aquela atividade. As duas empresas retiravam por dia 80 caçambas de areia e vendendo, cada uma, a 100 reais, o que representava uma renda de 8 mil reais por dia.
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Com as informações da Assessoria do Gabinete do Dep. Frei Anastácio/PB
Fotos:Gabinete do Dep. Frei Anastácio/PB