Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

No dia 7 de setembro, em Maceió (AL), o Grito dos Excluídos e Excluídas marcou seus 30 anos de resistência com a denúncia do crime ambiental provocado pela mineradora Braskem. O ato ocorreu nas comunidades dos Flexais de Cima e de Baixo. A concentração começou às 8h em frente ao CEEL - Parque da Lagoa, reunindo movimentos sociais, pastorais, sindicatos e moradores da área.

Às 9h30, uma celebração ecumênica foi realizada, conduzida pelo Padre Gilvan, assessor das pastorais sociais da Arquidiocese de Maceió e pároco da Igreja Nossa Senhora das Graças, no bairro da Levada. A celebração se baseou no texto de Ezequiel 37, "O vale de ossos secos", e trouxe uma mensagem de esperança para os moradores dos Flexais. "O que parece seco, estéril e morto, o sopro de Deus vai vivificar", refletiu o Padre Gilvan, destacando que essa é uma tarefa de todos e todas.

Após a celebração, os manifestantes caminharam pelas ruas dos Flexais, exibindo faixas, cartazes e bandeiras com palavras de ordem que denunciavam o crime da Braskem e exigiam a realocação dos moradores afetados. Além disso, pautas de diversas categorias, como professores e sindicalistas, foram levantadas, incluindo a defesa por moradia, terra e justiça social.

Antônio Domingo dos Santos, mais conhecido como Sassá, morador dos Flexais e integrante do grupo SOS Realocação, lembrou da rica história da comunidade antes do crime ambiental:

"Essa é a comunidade de Nise da Silveira, de Major Bonifácio da Silveira, mas também da Joaninha, do Zé Gogó, da Didi Marisqueira, do Major Alonso e de tantos outros que aqui residiam. Aqui é a comunidade do time Tobias Barreto, do Seca Poço e de São Pedro Pescador. E aí, minha gente, veio o crime da Braskem e a comunidade é o que vocês estão vendo hoje", declarou.

Ao fim da caminhada, Carlos Lima, coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra, fez uma avaliação positiva do ato:

"Foi uma experiência extraordinária a realização desse Grito nos Flexais, porque demonstra a real intenção do movimento, que é estar próximo àqueles que estão excluídos e excluídas. Realizar o Grito aqui foi um acerto muito grande, pois é estar próximo, comungar e dar espaço para aqueles que estão sofrendo."

Organizado por pastorais sociais da Arquidiocese de Maceió e movimentos populares, o Grito dos Excluídos e Excluídas 2024, em sua 30ª edição, reafirmou o compromisso com a luta por justiça social, direitos humanos e a defesa do meio ambiente, destacando a urgência de reparação às comunidades impactadas pelo crime da Braskem.

 

 

Por: Lara Tapety (Ascom CPT-AL)

 

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