Em Alagoas, o documentário "Servidão", dirigido por Renato Barbieri, estreia em Maceió nesta quinta-feira, 21 de março, Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, no Centro Cultural Arte Pajuçara, e no sábado, dia 23 de março, em Arapiraca. Barbieri também é diretor do filme "Pureza", protagonizado pela atriz Dira Paes, vencedor de 28 prêmios nacionais e internacionais, com a mesma temática.
O longa "Servidão" escuta vítimas de escravização, organizações sociais e pessoas atuantes no combate à exploração da força de trabalho. Entre os entrevistados, estão integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT), auditores fiscais do trabalho, jornalistas e historiadores, a exemplo do professor Dr. Gladyson Pereira, do curso de História da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) em Arapiraca.
“Servidão é uma peça de resistência que fizemos para fortalecer o movimento abolicionista brasileiro, contra a escravidão contemporânea, porque o cinema tem uma função social importante, de mobilizar, de engajar. E a gente reuniu um grupo incrível de abolicionistas, homens e mulheres, verdadeiros heróis e heroínas, porque muitos até arriscam a vida, outros perdem a vida. O filme trata disso, muitos tombaram defendendo a liberdade, defendendo a Constituição e defendendo os direitos humanos”, disse o cineasta Renato Barbieri, em entrevista à Agência Brasil.
Com narração da artista Negra Li, Servidão discute o quanto as marcas da escravidão continuam a permear as relações trabalhistas no mundo atual, embora sejam consideradas crime pelo Código Penal Brasileiro. Servidão é um alerta de que a Lei Áurea até pode ter abolido o direito de propriedade e de comércio dos escravizados, mas não transformou as relações de trabalho, já que ainda existem pessoas enfrentando situações em que são forçadas a trabalhos ou jornadas exaustivas ou a condições degradantes e sem liberdade.
O filme está disponível para aquisição nas plataformas digitais: iTunes (Apple), Google Play, Youtube Filmes, Vivo Play e Claro TV+.