O estado teve um aumento de 166% de registros de conflitos por terra em um ano
Na quinta-feira, dia 25 de maio, será lançada, em Maceió (AL), a publicação "Conflitos no Campo Brasil 2022", que traz dados alarmantes sobre a violência no campo no país, no último ano. Na ocasião, haverá a explanação sobre os números relativos ao estado de Alagoas e depoimentos de pessoas afetadas pelos conflitos.
A atividade vai acontecer às 9h, no auditório da Livraria Paulinas, localizada na Rua da Alegria, nº 71, no Centro da cidade. A abertura contará com a apresentação do Coro Jovem do IFAL - Campus Maceió. Em seguida, o coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Carlos Lima, e a dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MST), Débora Nunes irão apresentar os dados. Também estarão presentes representantes do governo, dirigentes sindicais, professores universitários e estudantes.
De acordo com o Centro de Documentação Dom Tomás Balduino (Cedoc-CPT), em 2022 foram registrados 47 assassinatos por conflitos no campo, um aumento de 30,55% em relação ao ano anterior. Além do alto número de assassinatos, os conflitos por terra no Brasil aumentaram 16,7% em relação a 2021.
Em Alagoas, a maioria dos dados foram enquadrados na categoria conflitos por terra. O crescimento foi de 166,66%. Enquanto em 2021 foram registrados 9 conflitos por terra; em 2022, o número chegou a 24. Destes registros, 5 dizem respeito ao conflito que afeta famílias posseiras na antiga Fazenda Mônica, em Colônia Leopoldina. Nesse caso, as ameaças são frequentes.
“Nasci e me criei ali, criei meus filhos ali. Hoje, dia após dia, a gente vem sendo ameaçado”, conta Maurício Alexandre, agricultor e morador da comunidade. No local, 16 famílias posseiras e agricultoras estão sendo forçadas a deixarem suas casas passadas de geração em geração. O agricultor teve sua lavoura envenenada por drones em novembro do ano passado após rejeitar uma proposta de valor irrisório para sair da área.
Os dados da 37ª edição do relatório também dão destaque para as mortes de Yanomamis em decorrência de conflitos, para os registros de violência na Amazônia e no Matopiba e apresenta números de casos de trabalhadores resgatados de condição análoga à escravidão, que correspondem ao mais alto índice dos últimos dez anos.
O relatório foi publicado no dia 17 de abril durante o seminário nacional de lançamento em Brasília (DF) e está sendo divulgado por todo o país.
O lançamento da publicação é uma oportunidade para a imprensa destacar esses números e trazer à tona a discussão sobre a violência no campo no Brasil, que tem sido cada vez mais frequente e preocupante.
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Lançamento do relatório: Conflitos no Campo Brasil 2022
Quando: 25 de maio (quinta-feira), às 9h (horário de Brasília).
Onde: Auditório da Livraria Paulinas – Rua da Alegria, 71, Centro, Maceió / AL.
Os dados estão disponíveis no site da CPT: www.cptnacional.org.br e a transmissão da atividade poderá ser acompanhada pelas redes sociais da CPT Alagoas (Instagram @cptalagoasoficial, Facebook @cptalagoas e YouTube CPT Alagoas) e Regional Nordeste 2 (Facebook @cptne2 e YouTube @CPTNordeste2)