Na manhã desta segunda-feira (30), centenas de trabalhadores e trabalhadoras rurais Sem Terra realizam mais uma ação conjunta em defesa da Reforma Agrária. Dessa vez na cidade de União dos Palmares, os Sem Terra reivindicam as áreas da massa falida do Grupo João Lyra para o assentamento das famílias que hoje vivem sob a lona preta em Alagoas.
Os Sem Terra organizados no MST, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL), Terra Livre e Via do Trabalho, concentram-se no acampamento onde antes funcionava a Usina Laginha e seguem em marcha pela cidade de União dos Palmares.
“Defender que essas terras sejam destinadas para a Reforma Agrária é defender vida digna e justiça para o nosso povo que por tanto tempo viveu explorado pelo latifúndio nesse estado”, declarou José Roberto, da Direção Nacional do MST. O conjunto dos movimentos de luta pela terra de Alagoas já realizou diversas ações exigindo desapropriação das terras do Grupo JL, que é liderado pelo empresário e ex-deputado federal João Lyra (PSD).
O grupo que teve falência decretada há 7 anos, possui uma dívida de cerca R$2,1 bilhões entre credores, ex-funcionários e governo, além das mais de 250 ações judiciais que, em sua maioria, correspondem a questão trabalhista. “Transformando essas terras em assentamento, teríamos uma mudança gigantesca na vida de milhares de homens e mulheres que precisam da terra para tirar seu sustento”, destacou José Roberto.
O dirigente afirmou que a garantia do assentamento das famílias Sem Terra nas áreas onde antes funcionavam as usinas do Grupo JL refletirá diretamente na vida dos municípios e de todo o estado de Alagoas. “Somente no que diz respeito ao emprego, teríamos a efetivação de aproximadamente 14 mil empregos diretos e indiretos nos municípios de Teotônio Vilela, União dos Palmares e em Atalaia. Isso é uma mudança brutal para um estado como Alagoas, marcado pela miséria do seu povo”.
Além da geração de emprego e da garantia de manter a vida no campo de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, os movimentos ressaltam a necessidade de transformar o cenário da monocultura da cana-de-açúcar e seus prejuízos sociais, econômicos e ambientais, em um espaço de produção de alimentos saudáveis para abastecer quem vive no campo e na cidade, gerando saúde, vida e justiça social.