Trabalhadores e trabalhadoras rurais realizam na manhã desta quarta (01), um grande ato unificado exigindo a desapropriação das áreas da massa falida do Grupo João Lyra, em Alagoas. Participam desta ação trabalhadores e trabalhadoras organizadas nos movimentos MLT, MST, MTL, MUPT, MVT e Terra Livre. O Sem Terra concentram-se na Praça dos Martírios e seguem em marcha pelo Centro da Cidade de Maceió onde questionam a dívida do grupo liderado pelo empresário e ex-deputado federal João Lyra (PSD), que teve sua falência decretada há 7 anos, devendo a credores, Governo Federal, Governo Estadual e ex-funcionários uma quantia de aproximadamente R$ 2,1 bilhões.
Para os trabalhadores, as áreas do Grupo devem ser destinadas ao assentamento das famílias acampadas no estado. O empresário que já foi considerado um dos deputados federais mais ricos do país, comandava um conjunto de 5 usinas de cana-de-açúcar em Alagoas e em Minas Gerais e conta com 276 ações judiciais, a maior parte como ação trabalhista, onde os trabalhadores cobram indenização. Hoje, cerca de 5 mil famílias estão acampadas nas áreas das usinas Guaxuma, Uruba e Laginha. “Unificamos nossas bandeiras hoje para mais uma vez apontar a reforma agrária como a alternativa de vida digna para quem vive no campo e na cidade”, disse José Roberto, do MST.
“Exigimos aqui, além do assentamento dessas famílias acampadas nas usinas, o pagamento das dívidas trabalhistas aos antigos funcionários da usina e o imediato ressarcimento das dívidas aos cofres públicos”, comentou José Roberto. Além da dívida financeira, os manifestantes lembram das dívidas ao meio ambiente que foi degradado pelos anos da monocultura da cana-de-açúcar e também da dívida social, sem conseguir dar retorno direto aos problemas que vive Alagoas. Rafael Simão, do MTL, destacou que a desapropriação das terras do Grupo João Lyra para o assentamento de famílias Sem Terra, resolvem parte do problema da reforma agrária em Alagoas. “Essa é uma importante ação política coletiva para a conquista dessas terras. Para evitar o despejo das famílias acampadas e ampliar essas terras para que a gente possa permanecer lá, produzindo alimentos saudáveis e proporcionando uma vida digna para homens e mulheres”, finalizou Rafael.
Mais informações:
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Gustavo Marinho
Assessoria
MST