A Praça da Faculdade, no bairro do Prado, em Maceió-AL, recebe a partir do dia 7 de setembro a 12ª edição da Feira da Reforma Agrária, realizada anualmente no local pelo MST. A Feira, que funciona de 7 a 11/09 (sempre a partir das 5h da manhã) com programações culturais a partir das 16h30, representa uma prestação de contas à sociedade das mobilizações feitas ao longo do ano pelo MST. A cerimônia de abertura acontece no dia 07/09 às 17h.
Toda a população poderá ter acesso a alimentos saudáveis, além de conhecer experiências consolidadas na área da agroecologia e desenvolvimento rural. O modelo agrícola defendido e praticado pelos agricultores que vêm à Feira se baseia na superação da produção atualmente inundada por agrotóxicos em largas parcelas de terra (latifúndio), apenas para exportação. Visa, por sua vez, a produção de alimentos sadios, nutritivos, que cheguem à mesa do trabalhador, respeitando sua saúde e o meio ambiente. Em jogo, está a soberania alimentar da população.
A 12ª Feira da Reforma Agrária se consolida no cotidiano da cidade, como um evento de grande porte que traz a viabilidade da Reforma Agrária para o centro das discussões. "O esforço do produtor rural em produzir alimentos saudáveis, em tratar bem o meio ambiente é o grande mérito da Feira da Reforma Agrária", afirma a Débora Nunes, dirigente do MST. Nas últimas edições, foram comercializadas em média 500 toneladas de produtos de assentamentos e acampamentos.
Programação diária
Todos os dias, a partir das 5h da manhã, os feirantes recebem um grande contingente vindo de vários bairros em busca de saúde na mesa, mas também economia no bolso. Eliminando a figura do atravessador, que lucra sobre ambos, produtor e consumidor final, os preços dos alimentos despencam a valores abaixo dos encontrados no Mercado da produção. Adicionalmente, a população terá acesso a uma programação com banca de direitos, barraca de saúde popular e outros serviços.
Durante a Feira, os camponeses trazem para o conhecimento geral algumas das práticas já consolidadas no campo da agroecologia e do desenvolvimento rural, como a utilização de rodas d'água para geração de energia elétrica, que dá independência ao agricultor frente às taxas das empresas de distribuição. Outro exemplo já consolidado, este na região Agreste, é o da utilização de biofertilizantes, eliminando a adubação química. Estas e outras experiências serão expostas em tendas por região.
Para celebrar mais este ano de produção e fartura no campo e na cidade, será realizado um verdadeiro Festival de Cultura Popular nas noites da Feira, diariamente a partir das 16h30. O Festival traz expoentes da cultura popular do campo e da cidade, como o afoxé Oju Omi Omorewá, o cantor Raffa Honorato e trios de forró com muita estrada, como Gogó da Ema e Nó Cego. Para coroar o Festival, na noite da sexta-feira (09), o cantor mineiro Pereira da Viola encanta com muita moda de viola e ritmos roceiros. A programação é aberta ao público.
Por Rafael Soriano
Da Página do MST