O Protocolo Agroambiental faz parte do Programa Etanol Verde, desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo, que estabelece a adoção de dez procedimentos técnicos para as Usinas de Cana-de-açúcar, como forma de “promover a produção sustentável” do etanol. No entanto, a realidade de quem trabalha cotidianamente nos canaviais de São Paulo demonstra que o Protocolo é apenas mais um mecanismo para mascarar os malefícios causados pela expansão do Agronegócio no país.
O tema é o destaque desta edição do Noticiário Popular, realizado pela Comissão Pastoral da Terra de Pernambuco que, neste mês de julho, percorreu as Usinas do Estado de São Paulo presenciando a dura realidade e o trabalho degradante ao qual estão submetidos os canavieiros da região.
Dos dez itens recomendados pelo Protocolo, nenhum trata sobre o trabalho escravo. Para Wilson da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Guariba (SP), “o protocolo é uma forma de apresentar uma situação boa lá fora (nos países compradores do etanol brasileiro), mas infelizmente não trás nenhum bem para os trabalhadores, não só os da cana, mas todos os envolvidos nesse setor.”
“A medida não melhora em nada a situação dos trabalhadores rurais nos canaviais, nem do meio ambiente e da concentração de terras no Brasil. Apenas serve para maquiar um modelo de produção incorrigível, para atender as necessidades dos europeus, compradores do Etanol Brasileiro. Este protocolo serve apenas para manter o que já existe e não muda as relações de exploração do trabalho nem a devastação do meio ambiente. O modelo pelo qual o etanol é produzido, o agronegócio, é por natureza desumano e devastador.” Comenta Plácido Júnior, da Comissão Pastoral da Terra, que acompanhou os depoimentos e entrevistas dos canavieiros em São Paulo.
Assista aqui o Noticiário Popular – Edição Protocolo do etanol verde