Comissão Pastoral da Terra Nordeste II

Discursos emocionados e muito forró pé-de-serra marcaram as comemorações da formatura no Curso Técnico em Enfermagem de 32 assentados e assentadas de 21 projetos de assentamento da Reforma Agrária e de comunidades quilombolas na Paraíba. A cerimônia aconteceu na noite da última sexta-feira (20). O curso, em concomitância com o Ensino Médio, foi promovido pelo Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em convênio com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), através do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera).

Após a solenidade de Colação de Grau no auditório da Reitoria da UFPB houve um jantar no Ginásio de Esportes da UFPB e, em lugar da tradicional valsa de formatura, os formandos e seus padrinhos dançaram forró pé-de-serra ao som da banda Balanço do Bakural.

Participaram da solenidade representantes do Incra-PB, da direção da UFPB, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), sindicalistas, trabalhadores assentados de projetos de assentamentos de todas as regiões do Estado e prefeitos e vereadores de vários municípios paraibanos.

A coordenadora do Curso Técnico em Enfermagem, a professora da Escola Técnica de Saúde da UFPB Eliete Alves da Silva, explicou que a concepção pedagógica do curso foi baseada no referencial proposto por Paulo Freire.

“Investimos em abordagens que buscam dar novos sentidos ao cuidado e que contribuem para fortalecer e desencadear atividades comunitárias inovadoras, capazes de apoiar a permanência das famílias no campo e de melhorar a qualidade de vida dos assentados e assentadas”, disse.

Segundo Eliete, o curso já provocou mudanças nos assentamentos, tanto no conhecimento das doenças sexualmente transmissíveis, como na relação com o lixo e com a higiene. “Eles também têm desenvolvido em suas comunidades ações efetivas de atenção ao meio ambiente, principalmente no que diz respeito à melhoria da qualidade da água utilizada e ao destino do lixo e dejetos, além da discussão acerca do uso de agrotóxicos”.

A coordenadora explicou ainda que o curso foi desenvolvido em regime de alternância, ou seja, estruturado em períodos de \'Tempo Escola\', quando o aluno assiste aulas teóricas e práticas, intercalados com períodos de Tempo Comunidade, quando o aluno volta para sua comunidade para desenvolver projetos práticos na área de enfermagem.

 

Além de assentados da reforma agrária, também colaram grau alunos de comunidades quilombolas paraibanas.

A Paraíba foi um dos estados pioneiros na implantação de cursos técnicos através do Pronera com a criação, em 1999, do projeto piloto do Curso Técnico de Magistério no Colégio Agrícola Vidal de Negreiros (CAVN), no Campus da UFPB em Bananeiras. O sucesso da experiência permitiu a criação dos cursos técnicos em Agropecuária no Campus da UFPB em Bananeiras – o primeiro curso técnico agrícola em convênio com o Pronera no Brasil – e na Escola Agrotécnica Federal de Sousa – EAFS, Agroindústria (EAFS) e Enfermagem (Campus da UFPB em João Pessoa).


 

Fonte: Setor de Comunicação da CPT PE, com informações da Assessoria de imprensa do Incra PB

 

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