O índice do desmatamento no país este ano será superior a 2007, ano em que foram desmatados onze mil quilômetros quadrados de floresta. A projeção foi feita nesta semana à imprensa pelo ministro do meio ambiente Carlos Minc. Segundo Minc, o índice de 2008 poderá atingir até 15 mil quilômetros quadrados. O Instituto do Homem e da Amazônia (Imazon) reconhece o esforço do governo federal para coibir práticas que vem devastando as florestas brasileiras, mas afirma que mais recursos deveriam ser investidos para ajudar no combate ao desmatamento.
Segundo o Instituto, enquanto o discurso é de proteção da floresta e das comunidades locais, o orçamento destinado a essas ações é muito pequeno. Para o pesquisador do Imazon, Adalberto Veríssimo, medidas como o decreto editado pelo presidente Lula em dezembro do ano passado, cortando o crédito daqueles que desmatam, é uma boa alternativa, pois significa “prejuízo no bolso do infrator”. O pesquisador ressalta a confusão fundiária que existe na Amazônia como o “calcanhar de Aquiles do governo”.
“Enquanto o governo investe em operações de fiscalizações caras, pois movimentam diversas estruturas, não há controle de áreas de posse da união ou terras griladas. Assim que a operação é encerrada, as ações de violência e desmatamento recomeçam”. Veríssimo destaca que o agronegócio pode não ser o único “vilão” no desmatamento, conforme afirmou também o ministro do meio ambiente, porém “nos últimos anos tem sua parcela de culpa por atividades como a pecuária.”
Fonte: Radioagência NP.
Para Imazon, confusão fundiária na Amazônia privilegia desmatamento
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