A aldeia está localizada na zona rural, entre os municípios de Água Branca e Mata Grande, alto Sertão de Alagoas e limite com os estados de Pernambuco e Bahia, a cerca de 380 km de Maceió. As 338 pessoas estão distribuídas nas aldeias Lajeiro do Couro, Januária, Gregório, Gangorra, Quixabeira e Santa Cruz do Deserto.
Até a segunda metade da década de 1990, os Kalankó eram confundidos com os sertanejos da região. No cotidiano, trabalham de diarista nas fazendas, cuidam dos animais, usam chapéu de couro e cultivam roças de feijão de cordas, carioca, milho, andu, fava e a palma para alimentar os animais em período de seca. A adaptação à realidade e convivência com o sertanejo, permitiu a não diferenciação da identidade étnica pelos pela sociedade envolvente. Como afirmou o fazendeiro José Roberto quando assumiram que eram Kalankó: “eles sempre trabalharam comigo e nunca disseram que eram índios”.
Descendentes dos Pankararu do Brejo dos Padres, nos municípios de Tacaratu e Petrolândia, migraram no século XIX para o alto Sertão de Alagoas em busca de espaço para viver com suas famílias. Na época, a terra ainda se encontrava livre do domínio dos Barões e “coronéis” do Nordeste. Tempos depois, com o crescimento populacional e o domínio político, os kalankó forma perdendo suas terras e se transformando em mão-de-obra dos fazendeiros e, no período de seca, bóia-fria nas usinas de cana-de-açúcar.
Depois de 10 anos de luta pelo reconhecimento da cultura, os Kalankó fortaleceram suas organizações internas e articulação com os outros povos indígenas e aliados, resolveram começar a retomada do seu território tradicional, exigindo da Funai, com entrega de documento, a imediata criação do Grupo de Trabalho para identificação e demarcação do território tradicional.
Fonte: Conselho Indigenista Missionário